Há milhões de anos, os seres humanos e os chimpanzés dividiram um ancestral comum. Ao longo do tortuoso processo de evolução, a inteligência humana é provavelmente a mais complexa e consequente transformação provocada por tal processo, que ampliou nossos cérebros e habilidades como em nenhum outro animal.
Compreender a evolução da inteligência e de nossos cérebros é das tarefas mais importantes de toda a ciência, e um grupo de cientistas chineses decidiu por dar um passo extremo e polêmico em um novo experimento para tal objetivo: criar macacos transgênicos, com doses extras de alguns genes humanos que teriam sido determinantes no processo de evolução de nossa inteligência.
De acordo com o experimento, os macacos geneticamente alterados de fato apresentaram resultados intelectuais mais elevados, especialmente em testes de memória envolvendo cores e imagens – e seus cérebros levaram mais tempo para se desenvolverem, como acontece com as crianças humanas.
Não houve, porém, um aumento no tamanho dos cérebros. O experimento utilizou, no entanto, pequenas quantidades dos genes humanos, a fim de dar os primeiros passos para compreender melhor o que desconhecemos a respeito de nossa própria evolução.
Os resultados foram significativos, porém ainda tímidos – em especial diante da polêmica que o experimento levantou.
A ética por trás do experimento foi severamente questionada por membros da comunidade científica em todo o mundo, justamente pela semelhança genética profunda entre nós e os primatas – sugere-se que tal caminho de humanização dos macacos, em casos mais extremos, pode levar ao sofrimento profundo dos animais, por um experimento pouco confiável e sem propósitos científicos comprovados.
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