Na última rodada da Liga Portuguesa, o Porto venceu fora de casa Vitória de Guimarães por 2 a 1. O gol que definiu a partida foi do malinês Marega. O ponta de lança recebeu um lançamento e encobriu o goleiro, marcando um belo gol. A torcida do time de Setúbal reagiu com ofensas racistas ao jogador e Marega abandonou a partida.
Após marcar o gol que deu a vitória ao Porto, o jogador comemorou apontando para seu braço em direção à torcida do Vitória, que reagiu atirando coisas e fazendo imitações de macaco para Marega, que ergueu uma cadeira atirada por cima de sua cabeça e abandonou o campo de jogo mostrando o dedo do meio, após tomar um cartão amarelo do árbitro Luis Godinho.
Depois de tentar ser impedido de se retirar de campo, o jogador finalmente convenceu os colegas de time que essa era a melhor atitude a se tomar. Marega foi substituído pelo jogador Wilson Manafá. A paralisação da partida durou sete minutos.
Confira o vídeo de Marega tentando sair de campo e exercer seu direito, mas sendo impedido pelos jogadores:
Naturalização do racismo
Não seria de se espantar se a Federação Portuguesa aplicar uma penalidade maior à Marega durante a semana. Especialmente após termos vistos punições a jogadores que lutaram contra ofensas racista ao redor da Europa, como Balotelli, que foi repreendido pelo próprio presidente de seu clube por lutar por ser direitos (o dirigente ainda disse que ele deveria “embranquecer”), ou como Taison Freida, brasileiro que foi ofendido em um clássico na Ucrânia e, após responder, foi expulso de campo de jogo e punido pela Federação Ucraniana de Futebol.
Marega desabafou nas redes sociais. “Gostaria apenas de dizer a esses idiotas que vêm ao estádio fazer gritos racistas… vá se f****. E também agradeço aos árbitros por não me defenderem e por terem me dado um cartão amarelo porque defendo minha cor da pele. Espero nunca mais encontrá-lo em um campo de futebol! VOCÊ É UMA VERGONHA!”, afirmou.
O racismo tem aumentado muito na atual temporada do futebol europeu. Casos na Inglaterra, Ucrânia e Itália de cantos racistas contra jogadores negros se sobrepoem e a reação das entidades responsáveis e comissões de arbitragem são pífias para combater esse mal que vem se alastrando por uma Europa cada vez mais conservadora.
Embora não tenha apoio, como ele mesmo disse, Marega fez certo ao deixar o gramado após ser alvo do racismo. Não é possível que entidades ainda naturalizem ou cheuguem ao absurdo de culpar o jogador. Até quando?