Segundo cientistas do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), é mais provável que encontremos evidências de vida extraterrestre inteligente antes de encontrarmos microrganismos aliens, por exemplo. Por quê?
Se você costuma ler notícias sobre a busca científica por vida alienígena, deve saber que os pesquisadores andam apostando suas fichas em descobrir alguma bactéria microscópica no solo de Marte, ou então algum organismo muito simples nos mares da lua Europa, de Júpiter.
Enquanto podemos assumir, intuitivamente, que formas simples de vida são mais abundantes no universo e é tal tipo de organismo alienígena que encontraremos primeiro, os cientistas explicam que nossa busca por essas formas de vida é muito limitada.
O problema é que a tecnologia que temos disponível hoje (bem como a que teremos em um futuro próximo) não nos permite olhar (ou vasculhar) muito longe no sistema solar, menos ainda em sistemas de estrelas próximas.
“Existem dois cavalos na corrida para encontrar vida além da Terra. O primeiro é a busca por assinaturas químicas em planetas e o segundo é a busca por inteligência extraterrestre. A vida inteligente tem vantagem, pois pode ser detectada em toda a galáxia”, disse Andrew Siemion, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), na conferência Association for the Advancement of Science em Seattle.
Assinaturas tecnológicas
Outra questão sobre a busca por vida alienígena é que assinaturas químicas encontradas em outros planetas podem ser ambíguas. Como poderemos ter certeza se o metano ou produtos químicos similares que detectarmos em outros planetas são realmente produzidos por seres vivos?
Assinaturas tecnológicas, por outro lado, são mais claras. Estas seriam evidências de tecnologia ou vida inteligente extraterrestes enviadas pelo cosmos através de ondas de rádio, pulsos de laser e outras formas de radiação eletromagnética.
Os cientistas do SETI, por exemplo, se concentram em tentar detectar tais sinais que não poderiam ser criados pela natureza, bem como outros vestígios de tecnologia alienígena.
E, enquanto ainda não obtiveram sucesso, Siemion é otimista com relação ao futuro, especialmente porque nossa capacidade de detecção deve ser três ordens de magnitude maior até a próxima década. “Vimos uma explosão dramática no número de observatórios, no número de cientistas que estão trabalhando neste campo”, afirmou.
Apesar das apostas de Siemion, os pesquisadores podem de fato acabar encontrando vida alienígena simples no nosso sistema solar primeiro.
Se isso acontecer, os cientistas precisarão refletir sobre o que isso significa para o medo humano de estarmos “sozinhos” no universo: a descoberta pode muito bem apontar para uma conjetura na qual a vida no cosmos é de fato abundante, só que raramente sobrevive por tempo suficiente para evoluir inteligência ou desenvolver a capacidade de ir além de seu próprio mundo.
// HypeScience