NASA e ESA se unem em busca de vida alienígena nas luas de Júpiter

NASA / JPL-Caltech / SETI Institute / Flickr

Lua Europa, na órbita de Júpiter, possui um oceano subterrâneo maior que os oceanos da Terra

Lua Europa, na órbita de Júpiter, possui um oceano subterrâneo maior que os oceanos da Terra

A humanidade está prestes a dar um importante passo em direção à descoberta de vidas alienígenas. Não, ainda não encontramos nenhum vestígio que comprove que não estamos sozinhos no universo, mas a NASA e a ESA, a agência espacial europeia, anunciaram que vão realizar uma missão nos próximos anos exatamente para procurar indícios de que outras espécies podem estar se desenvolvendo em outros planetas ou corpos celestes.

E, para isso, as luas de Júpiter serão o primeiro ponto de parada para esse novo projeto de análise.

Ainda vai levar um tempo para que tudo isso aconteça. A previsão é que a missão aconteça somente em 2025, mas os preparativos já começaram a ser realizados. A ideia é unir os recursos das duas agências para aumentar as chances de encontrar algo que seja realmente relevante dentro dessa proposta.

É claro que ninguém espera encontrar uma civilização inteira vagando pelo espaço, mas o mais simples microrganismo já é capaz de provar que existem organismos capazes de sobreviver em condições diferentes destas que temos por aqui.

E a escolha da lua Europa, localizada na órbita de Júpiter, é a maior prova disso. Ela é uma das principais candidatas a ter vida alienígena, já que o satélite natural possui um oceano subterrâneo maior do que os oceanos da Terra e, como a ciência bem nos ensinou, os primeiros organismos vivos surgiram exatamente na água.

Assim, apesar das condições geladas do astro, existem grandes chances de ter algum tipo de vida habitando por ali — principalmente após indícios de que essa mesma água subterrânea consegue, em algumas condições, verter para a superfície.

Para tirar a prova, NASA e ESA vão lançar a chamada Joint Europa Mission (JEM), uma missão conjunta que vai levar sondas para a superfície da lua exatamente para procurar por assinaturas biológicas que possam comprovar a existência de vida lá fora.

Para o pesquisador em astrofísica e planetologia da Research Institute, Michel Banc, exatamente por saber que se trata de algo importante para toda a vida, essa operação deve ser realizada a partir de uma cooperação internacional e não encabeçada apenas por um único país.

A previsão é que a JEM decole em meados de 2020 e leve cinco anos para chegar à lua Europa. Em um primeiro momento, ela vai ficar apenas orbitando o satélite por cerca de um mês, observando sua superfície e fazendo todas as medições necessárias e estudando a composição de seu oceano.

Em seguida, será lançado uma nova estrutura que vai fazer a leitura de materiais em busca de indícios de vida extraterrestre. Por fim, a sonda vai acabar fazendo a transmissão dos dados relacionados à atmosfera do local.

Mais do que isso, o trabalho em equipe entre americanos e pesquisadores europeus vai ajudar a solucionar alguns problemas que ainda persistem dentro dos estudos relacionados a Júpiter. Isso inclui, por exemplo, a intensa radiação emitida pelo planeta e o que é preciso fazer para que isso não contamine os organismos terrestres que chegarem a Europa.

É claro que, antes de tudo isso acontecer, existem algumas questões um pouco mais terrenas para serem resolvidas, como os recursos que vão ser disponibilizados para isso.

De acordo com o diretor de exploração especial da NASA, Jakob van Zyl, a parceria com a ESA está sendo recebida com muito entusiasmo por todos da equipe, mas é preciso ter em mente os recursos que serão liberados para essas pesquisas — e essa requisição já foi levada ao presidente dos EUA, Donald Trump.

Além disso, as duas agências não negam a possibilidade de levar essa mesma missão para as outras luas de Júpiter, deixando bem claro que Europa foi apenas o primeiro passo. Elas também cogitam explorar os satélites de Saturno no futuro.

E pode ser que tenhamos grandes descobertas a partir dessa união.

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