O presidente americano foi entrevistado neste domingo (3) pela Fox News. No programa, transmitido do Lincoln Memorial em Washington, DC, Donald Trump respondeu a perguntas dos jornalistas e dos telespectadores.
Durante a entrevista, ele martelou a mesma mensagem: o governo fez o seu trabalho nessa crise e chegou a hora de relançar a economia. Trump também disse que os Estados Unidos terão uma vacina contra o coronavírus até o final deste ano.
A Fox News chamou o programa especial com a entrevista de “América juntos; voltando ao trabalho”. A entrevista relançou a campanha por sua reeleição em novembro.
Sentado em frente à famosa estátua de Abraham Lincoln, o presidente defendeu, sem surpresa, a resposta eficaz e rápida de seu governo que permitiu, segundo ele, salvar milhões de vidas. A epidemia deixou até agora mais de 67.600 mortes no país, provocou uma grave crise sanitária e econômica, com o aumento dos pedidos de seguro-desemprego a níveis inéditos.
Fiel a seu estilo, Trump acusou a mídia de ser injusta como ele. O presidente aproveitou o local da entrevista para se comparar a Lincoln, relata a correspondente da RFI em Nova York, Loubna Anaki.
“Tenho direito ao tratamento mais hostil que a imprensa já reservou a um presidente. Acredito que quem viveu uma situação parecida foi este senhor (Lincoln). Todo mundo diz que ele foi muito maltratado. Comigo é pior”, afirmou o chefe de Estado americano.
A entrevista durou duas horas, durante as quais Trump reiterou as mesmas declarações que tem feito nas últimas semanas: a epidemia está sob controle, os Estados recebem toda a ajuda e material necessário, os testes serão disponibilizados em grande escala.
Vacina
O presidente adiantou estar muito confiante na capacidade de o país desenvolver uma vacina contra o coronavirus até o final do ano. Ele reconheceu que se antecipou a seus conselheiros na previsão da descoberta. “Os médicos dirão ‘você não deveria dizer isso’, mas vou dizer o que penso”, afirmou.
Estados Unidos e outros países correm para serem os primeiros a descobrir um tratamento para prevenir a Covid-19. Trump admitiu que ficará feliz mesmo se outro país passar à frente dos pesquisadores dos EUA na descoberta da vacina. “Se for outro país, vou tirar meu chapéu”, disse. “Eu não me importo, só quero receber uma vacina que funcione”, ressaltou.
Questionado sobre os riscos durante os testes em seres humanos em um processo de pesquisa que está sendo muito mais rápido do que o comum, Trump disse “eles são voluntários. Eles sabem no que estão se metendo”.
Imediatamente, a comunidade cientifica relativizou a fala do presidente americano. O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, afirmou nesta segunda-feira (4) que é necessário ser realista e que a descoberta da vacina “pode também levar anos”.
Relançar a economia
O ponto mais abordado por Trump foi a necessidade urgente de relançar a economia dos Estados Unidos. ”Muita gente quer voltar ao trabalho. Vemos manifestações pedindo isso todos os dias, em todo o país”, insistiu. Ele também informou que pedirá a reabertura de escolas e universidades em setembro.
Enquanto a crise no país se aprofunda, o presidente se mostrou otimista e garantiu que a economia voltará a crescer no ano que vem, e talvez até antes disso. “2021 será um ano inacreditável”, concluiu.
// RFI