Enquanto os exércitos da China e da Índia se estranham na fronteira entre os dois países, quem pode sair ganhando com a rivalidade é uma empresa sul-coreana.
A Samsung deve ser a principal beneficiada com o crescente sentimento anti-China entre os indianos, que tem levado a boicotes a produtos e serviços chineses.
A postura dos indianos já pode ser vista no bloqueio decretado pelo governo local a 59 apps ligados ao país vizinho. Antes disso, um desenvolvedor chegou a lançar na Play Store um aplicativo que prometia remover apps chineses — o programa foi removido da loja do Google, mas já tinha sido baixado por dezenas de milhares de usuários.
A rixa entre os países chegou a afetar até o fornecimento de componentes vindos da China para fábricas na Índia. Entre as empresas afetadas, segundo a imprensa indiana, estavam as norte-americanas Dell, Ford e Cisco, além da taiwanesa Foxconn, que monta no país celulares para Apple e Xiaomi.
Correndo por fora
Menos dependente de componentes vindos da China, a Samsung foi identificada como uma das principais beneficiadas pela atual situação.
De acordo com analistas da consultoria Counterpoint, a marca deve ultrapassar a chinesa Vivo em participação de mercado na Índia. O setor de celulares no país é dominado pela Xiaomi, que deteve 30% do segmento no primeiro trimestre, de acordo com números da consultoria. Vivo e Samsung tiveram 17% e 16%, respectivamente.
Os sul-coreanos devem ser beneficiados não só pela postura dos consumidores indianos, como também pelo governo local. As autoridades indianas teriam facilitado a importação para a Sammy, enquanto os contêineres voltados para as marcas chinesas se acumulavam nos portos locais, submetidos a checagens manuais pela alfândega.
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