A China avisou, nesta segunda-feira (24), a Índia para não subestimar a sua determinação em salvaguardar o que considera seu território, em um momento de renovada tensão entre os dois países vizinhos em torno de uma área disputada nos Himalaias.
O ministro chinês da Defesa, Wu Qian, disse que a China continua a exigir a retirada das tropas indianas do planalto de Doklam, área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está construindo uma estrada.
A determinação de Pequim em defender seu território é “inabalável”, afirmou Wu. “É mais fácil fazer tremer uma montanha do que o Exército de Libertação Popular“, acrescentou, usando o nome oficial do exército chinês.
“Um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se apeguem à fantasias“, disse ainda o ministro da Defesa chinês.
A Índia defende que os dois lados devem retirar suas tropas da região e negociar. Nova Deli enviou tropas para o outro lado da fronteira depois de equipes de construção chinesas terem iniciado a expansão para sul da estrada de Yadong, no Tibete.
Enquanto os dois lados têm optado, até agora, por se conter, a retórica adotada em Pequim e Nova Deli suscita preocupações de que as hostilidades resultem em conflito, como o ocorrido em 1962, que causou milhares de mortos.
China e Índia, ambas potências nucleares, compartilham uma fronteira com 3.500 quilômetros de extensão, a maior parte da qual contestada. Pequim é um importante aliado e fornecedor de armas para o Paquistão, país rival da Índia.
A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, esta semana, para participar de um fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança.
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