Cientistas usaram a oportunidade de visitar o sul do oceano Pacífico para retirar amostras de uma área oceânica particularmente pobre em vida, lançando luz sobre uma região marinha inóspita.
Pesquisadores alemães do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha visitaram em uma viagem do Chile à Nova Zelândia o Giro do Pacífico Sul (SPG, na sigla em inglês), uma área no oceano Pacífico particularmente remota, e segundo a pesquisa realizada na região, encontraram menos sinais de vida neste ambiente marinho do que o habitual em outras regiões aquáticas, relata o portal Science Alert.
“Para nossa surpresa, encontramos cerca de um terço a menos de células nas águas superficiais do Pacífico Sul em comparação com os giros oceânicos no Atlântico. Foi provavelmente o menor número de células já medido em águas de superfície oceânicas”, comentou um dos pesquisadores, o especialista em ecologia microbiana Bernhard Fuchs, no comunicado publicado pelo instituto.
As poucas espécies vivas foram encontradas devido às correntes giratórias da água, que isolam o centro do giro do resto do oceano, e aos altos níveis de raios ultravioletas nesta parte do oceano, tornando a área conhecida como um cemitério de naves espaciais e um deserto marinho, apesar de cobrir cerca de 37 milhões de quilômetros quadrados.
O Giro do Pacífico Sul é um “habitat ultraoligotrofico único”, onde a baixa disponibilidade de nutrientes restringe o crescimento de organismos e criaturas oligotróficas especializadas, que se adaptaram a “condições físico-químicas extremas”, dizem os cientistas.
No entanto, apesar de sua reputação, o SPG é considerado o oceano mais claro do mundo.
Entre os seres vivos encontrados há micróbios como SAR11, SAR116, SAR86, Prochlorococcus, AEGEAN-169 e outros, com o último sendo particularmente numeroso na região, apesar de só ter sido encontrado previamente a 500 metros de profundidade. No total, 20 grandes clades bacterianas dominaram as amostras retiradas.
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