Uma equipe de arqueólogos gregos e suíços localizou na ilha grega de Eubea, após dez anos de escavações, os restos do templo de Amarysia Ártemis, local de culto mais importante da antiguidade nesta ilha.
Os arqueólogas acharam vários prédios construídos entre os séculos VI e II a.C. e uma fonte subterrânea, bem como uma série de inscrições que fazem referência a Amarysia Ártemis.
“A descoberta das inscrições é muito importante porque não deixa nenhuma dúvida de que o templo é o de Amarysia Ártemis”, declarou à EFE Amalia Karapasjalidu, arqueóloga grega que comanda as escavações no sítio arqueológico.
Karapasjalidu explicou que o período de auge do templo foi situado entre os séculos IV e II a.C., ainda que haja indicações claras de que o local tenha sido utilizado para o culto de Artemísia em períodos anteriores e posteriores a estes séculos.
“Alguns achados datam inclusive do período geométrico (séculos IX-VIII a.C.) e o material de construção da fonte foi reutilizado uma segunda vez, o que na antiguidade ocorria com frequência”, disse Karapasjalidu.
A existência deste templo é mencionada pela primeira vez na obra do geógrafo Estrabão, do século I a.C.
No volume X da sua obra, Estrabão situa o templo a uma distância de sete estádios (um estádio equivalia aproximadamente a 185 metros), ou seja, quase um quilômetro e meio, da cidade de Erétria.
Seguir essa referência acabou levando durante décadas à busca pelo templo em lugares errados, até que o professor da universidade de Neuchâtel, na Suíça, Denis Knoepfler, especialista em inscrições, mostrou, no final dos anos 70, que a verdadeira distância de Erétria ao templo era de 60 estádios, ou seja, cerca de 11 quilômetros.
“Nos anos 90, começamos uma escavação em um lugar próximo ao templo, após a detenção de um grupo que lá fazia escavações arqueológicas ilegais, e achamos centenas de estatuetas com uso ritual dedicadas a Ártemis. Então me convenci de que o templo estava nos arredores”, explicou Karapasjalidu.
A arqueóloga ressaltou que sua equipe descobriu no início da sua escavação do sítio atual uma importante galeria do século IV a.C. “Estávamos convencidos de que se tratava do templo de Ártemis, mas não tínhamos a prova das inscrições que achamos este ano”, concluiu Karapasjalidu.
Ciberia // EFE