Em plena tempestade geopolítica entre Washington e Pequim, os Estados Unidos pedem aos seus aliados ocidentais para deixarem de negociar com o grupo chinês Huawei, que através das telecomunicações pratica espionagem no ocidente. Paris e Londres estão em vias de seguir as pegadas de Washington.
Os operadores de telecomunicações franceses que queiram comprar equipamentos 5G à empresa chinesa Huawei deixam de ter prorrogação das autorizações que tinham até agora o que na prática será um abandono progressivo do fabricante chinês pelas redes móveis franceses.
Como outros países na Europa, a França prepara a instalação da próxima geração de tecnologia móvel em plena tempestade geopolítica em torno do primeiro fabricante mundial chinês.
Os Estados Unidos suspeitam o grupo chinês Huawei de estar a utilizar os seus equipamentos para efeitos de espionagem e pressionam os seus aliados para deixarem de fazer negócios com Huawei.
Como é evidente, a China desmente que a empresa Huawei esteja a servir para fazer espionagem no mundo ocidental.
Washington, acaba por exemplo de encerrar o consulado chinês em Houston, no Texas, para proteger a sua propriedade intelectual e punir a China.
Em Paris, um porta-voz do primeiro ministro que supervisiona as autorizações para os equipamentos 5G, declarou que as mesmas autorizações até hoje não têm necessariamente de ser renovadas ou interrompidas”.
Philippe Legrand, dirigente de grupos de telecomunicações como Axione, afirma que nesta matéria é legítimo haver dúvidas sobre a China mas não em relação a fabricantes europeus como Ericsson e Nokia desde que dêem garantias sobre os seus próprios equipamentos.
“Na verdade, a questão de segurança não se coloca unicamente a nível de concepção, mas também na parte de exploração; quer dizer um fabricante de equipamentos pode muito bem esconder o envio de informações que partirão para outro sítio e que poderão ser utilizadas para fins de espionagem ou outro.
“Mas temos de facto a parte concepção e a parte exploração ou seja para onde encaminhar os dados. A questão é de saber se podemos ter mais confiança em Ericsson e Nokia que em Huawei, e saber se Ericsson e Nokka nos podem dar mais garantias sobre os seus próprios equipamentos.
“Logo, o facto de ser fabricado na China pode levantar dúvidas mas de qualquer modo muito menos porque é a parte europeia desses fabricantes que intervém a partir do momento em que esses fabricantes europeus demonstrarem que não há falhas de segurança nesses equipamentos.
“Podemos pois confiar num frabicante para que ele seja capaz de saber como funcionam os seus próprios equipamentos.”
Enfim, no Reino Unido, onde os operadores britânicos utilizaram largamente os serviços de Huawei, o governo de Londres ordenou o fim de Huawei das redes 5G até 2027.
// RFI