O Parlamento do Japão elegeu nesta quarta-feira (16/09) Yoshihide Suga para o cargo de primeiro-ministro, em substituição a Shinzo Abe, que renunciou por questões de saúde após quase oito anos como líder do governo.
Suga, de 71 anos, era o braço direito de Abe. Ele foi chefe de gabinete e ministro porta-voz do governo. O novo premiê obteve 314 de 462 votos, numa sessão extraordinária do Parlamento japonês, convocada para ratificar a escolha do partido no poder, o Partido Liberal Democrata (PLD), que tem maioria parlamentar junto com seu parceiro de coalizão, o Komeito.
Em seguida, Suga apresentou seu ministério, que mantém muitos nomes do governo de Abe, alguns deles trocando de pasta. O ministro das Finanças, Taro Aso, por exemplo, continua no cargo.
Suga já disse que vai dar continuidade às políticas econômicas de Abe e que as prioridades são combater o novo coronavírus e revitalizar a economia, afetada pela pandemia.
Na segunda-feira, o PLD escolhera Suga como novo líder, para completar o mandato de Abe, até setembro do próximo ano.
Abe, de 65 anos, foi o primeiro-ministro do Japão que mais tempo permaneceu no cargo. Ele sofre de colite ulcerosa, uma doença crônica que causa inflamação e úlceras no cólon e no reto.
O ex-premiê anunciou no mês passado que era obrigado a renunciar, pois tinha pela frente um tratamento contínuo com óbvio impacto físico, apesar de se sentir melhor.
“Eu dediquei o meu corpo e alma à recuperação econômica e à diplomacia para proteger o interesse nacional do Japão todos os dias. Durante esse período, fui capaz de enfrentar vários desafios, juntamente com a população, e estou orgulhoso de mim mesmo“, afirmou Abe.
Suga demonstrou lealdade a Abe desde a primeira passagem deste pelo cargo de primeiro-ministro, de 2006 a 2007. O mandato de Abe terminou então abruptamente por causa de uma doença, e Suga ajudou-o a regressar como primeiro-ministro em 2012.
O novo primeiro-ministro vai herdar uma série de desafios, incluindo os problemas econômicos, os impactos do novo coronavírus, as relações diplomáticas e econômicas com a China e os Estados Unidos, além do destino dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para o próximo verão devido à pandemia.