O governo japonês elevou nesta quarta-feira (11) para 179 o número de mortos relacionados com as chuvas torrenciais no oeste do Japão, para onde o primeiro-ministro, Shinzo Abe, viajou nesta manhã para visitar as zonas mais afetadas.
De acordo com o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, Shinzo Abe se encontra em Kurashiki, na província de Okayama, uma das mais devastadas pelas inundações, a par de Hiroshima. O governante cancelou as viagens à Europa e ao Oriente Médio, agendadas para esta semana.
Além das 179 mortes já confirmadas, as autoridades dão conta de, pelo menos, nove desaparecidos. A imprensa japonesa fala em mais de 50.
“Esse é o pior desastre relacionado com as chuvas torrenciais no arquipélago desde 1982”, recordou Suga, nesta terça-feira (10).
As chuvas intensas registradas desde sexta-feira (6) provocaram grandes inundações, deslizamentos de terra e outros danos, deixando muitas pessoas isoladas, que não puderam ou não quiseram abandonar suas casas.
De acordo com Suga, o governo mobilizou 75 mil militares e equipes de emergência e quase 80 helicópteros para os esforços de busca e resgate.
“Estamos sem água, comida, nada chega aqui“, disse ao jornal Mainich o japonês Ichiro Tanabe, que mora na cidade portuária de Kure.
Empresas e serviços de entrega disseram que os envios de e para as áreas inundadas foram suspensos ou muito reduzidos, enquanto os supermercados fecharam lojas ou abreviaram horas devido a atrasos na entrega e escassez de mercadorias.
No início da manhã, milhares de casas não tinham ainda água potável ou eletricidade.
O Japão não vivia um desastre assim desde agosto de 2014, quando 77 pessoas morreram em Hiroshima devido às chuvas torrenciais.
Ciberia, Lusa // ZAP