O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (13) suas previsões para a economia mundial. Segundo a instituição, a recessão causada pela pandemia de Covid-19 será menos severa do que o esperado em 2020. Os números para o Brasil são menos pessimistas do que as estimativas anteriores.
O FMI espera uma contração do PIB mundial de 4,4% neste ano, abaixo da estimativa de 5,2% avançada em junho. A revisão em alta reflete dados econômicos melhores do que o esperado no segundo trimestre, particularmente em economias desenvolvidas da Europa, nos Estados Unidos e na China, onde teve início a pandemia.
A economia chinesa, aliás, é um das que apresentam as melhores perspectivas. O fundo praticamente dobrou a previsão para o crescimento chinês para 2020, passando de 1% anunciado em junho para 1,9%, e apostando na recuperação do país que ficou praticamente paralisado no auge da pandemia.
No caso dos Estados Unidos, a economia vai sofrer uma contração de 4,3% (contra os 8% anunciados nas previsões anteriores). Mesmo assim, lembra Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, “essa continua sendo a pior recessão vivida pelos norte-americanos desde a grande Depressão” dos anos 1930.
“O mundo se adapta” apesar de panorama “precário”
“Viver com o novo coronavírus é um desafio inédito, mas o mundo se adapta”, pondera a economista. Mesmo assim, aponta o Fundo, o panorama continua “precário“, principalmente nas economias emergentes, “com muitos países latino-americanos gravemente afetados pela pandemia enfrentando recessões muito profundas”.
A entidade cita como causas de precariedade a disseminação contínua da Covid-19, o impacto da crise da saúde em setores-chave, como o turismo, e uma maior dependência de financiamento externo.
O fundo lembra que, com mais de 10,1 milhões de casos e quase 370.000 mortes, a região da América Latina e Caribe é a mais afetada pela pandemia, reunindo mais de um quarto das infecções e mais de um terço de todas as mortes por covid-19 do planeta.
Colapso na Venezuela e esperança para Brasil e México
Porém, alguns dados menos pessimistas mostram que o mundo, inclusive os países latino-americanos, podem se recuperar da crise econômica provocada pela crise sanitária. Para Brasil e México, principais economias da região, e ambos entre os cinco países com mais óbitos pelo novo coronavírus, o FMI registrou quedas do PIB menores do que o esperado em meados do ano.
Para o Brasil, o fundo estimou uma contração substancialmente menor, de 5,8% (melhora de 3,3 pontos percentuais em relação a junho), e para o México, de 9,0% (+1,5%). As projeções do FMI também são ligeiramente melhores para o Chile (-6,0% em comparação aos -7,5% em junho). No entanto, pioraram para Argentina (-11,8% em comparação aos -9,9%) e Colômbia (-8,2% em comparação aos -7,8%).
De longe, o maior colapso da América Latina ainda é o da Venezuela, mergulhada em um desastre econômico desde 2013. Para este país caribenho, o Fundo prevê uma contração de 25% do PIB, acima dos 20% estimados em junho.
// RFI