Putin aprova estratégia para rebater influência ocidental na Rússia

Konstantin Zavrajin / Kremlin / Sputnik / EPA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin

Documento aprovado pelo chefe de Estado acusa Ocidente de usar problemas socio-econômicos russos para abalar valores tradicionais. Embora valorizando diplomacia, não exclui “medidas simétricas e assimétricas”.

O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou uma revisão da estratégia de segurança nacional, prevendo medidas para reagir à “influência estrangeira” no país. Segundo o documento de 44 páginas, divulgado neste sábado (03/07), a pressão crescente dos países ocidentais representaria grave ameaça para a sociedade russa, pois “a ‘ocidentalização’ da cultura aumenta o perigo de que a Federação perca sua soberania cultural”.

Consta, ainda, que os “tradicionais valores espiritual-morais e cultural-históricos” da Rússia estariam “sob ataque ativo dos Estados Unidos e seus aliados”, inclusive de instituições transnacionais. Nesse sentido, o Ocidente procuraria se aproveitar dos problemas sociais e econômicos para desestabilizar a sociedade e radicalizar protestos nacionais.

Nos últimos anos, potências ocidentais vêm acirrado suas críticas ao Kremlin em diversas questões, incluindo a anexação da península da Crimeia, pertencente à Ucrânia, em 2014; interferência ilícita nas políticas nacionais; supostos ciberataques; e o encarceramento de líderes oposicionistas como Alexei Navalny.

A nova tomada de posição do Kremlin chega em meio a tensões crescentes entre a Rússia e o Ocidente, agravadas nas últimas semanas pela realização de treinamentos dos Estados Unidos e seus aliados no Mar Negro.

Ainda a Crimeia

Embora reafirmando o comprometimento da potência eurasiática com a diplomacia como meio de resolução de conflitos, o documento aprovado por Putin enfatiza que Moscou “considera legítimo adotar medidas simétricas e assimétricas” a fim de prevenir “ações não amigáveis” de Estados estrangeiros.

Poucos dias antes da divulgação da estratégia, o chefe do Kremlin classificara como “provocação” o incidente de 23 de junho, no Mar Negro, quando a Rússia alega ter efetuado disparos de advertência contra o HMS Defender, da Marinha britânica que navegava em seu território.

O Reino Unido, que não reconhece a anexação da península da Crimeia pela Rússia, afirma que não houve disparos contra seu navio, e que ele se encontraria de águas ucranianas.

“Foi nitidamente uma provocação complexa, envolvendo não só os britânicos, mas também os americanos”, declarou Putin na quarta-feira, acrescentando que uma aeronave de vigilância dos EUA estaria operando em coordenação com a embarcação britânica, a fim de monitorar a reação russa.

Ciberia // DW

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