Mundialmente conhecida por suas festas intermináveis, a ilha espanhola de Ibiza vai contratar jovens detetives particulares estrangeiros. O objetivo é infiltrá-los como turistas e descobrir festas clandestinas que infringem as restrições sanitárias adotadas para controlar a transmissão da Covid-19.
Com o fechamento das famosas casas noturnas da ilha do Mediterrâneo que atraem DJs famosos de todo o mundo, Ibiza viu nascer um “boom” de festas privadas. Desde julho, as reuniões entre pessoas de casas diferentes estão proibidas a partir da 1h da madrugada.
No entanto, diariamente festas clandestinas são realizadas em toda a ilha. Para tentar fugir da fiscalização, as festas são frequentemente organizadas em casas fora da cidade, e chegam a reunir mais de 500 pessoas em uma noite.
Os preços para participar de uma dessas festas, segundo o porta-voz do governo de Ibiza, Armando Tur, chegam a 100 euros por pessoa (R$ 600). Os clientes são atraídos pelos promotores pelas redes sociais ou no entorno de bares durante o dia.
Para controlar a transmissão do coronavírus, o governo local decidiu contratar detetives entre 30 e 40 anos que “encontrem as festas antes de começarem” e avisem a polícia.
Os “rastreadores”, como o governo os chama, devem se infiltrar nas festas, recolher informações e provas sobre o descumprimento das regras de controle sanitário para ajudar a polícia a aplicar punições aos organizadores.
Tur afirma que já recebeu currículos de toda a Europa, mas o governo deverá dar preferência a detetives profissionais.
Surto no verão europeu
As Ilhas Baleares, que incluem Ibiza, têm uma das maiores taxas de infecção Covid-19 da Espanha, impulsionada principalmente pela variante Delta, que chegou à região com o verão europeu. A região registrou nesta semana 916 novos casos por 100 mil habitantes.
Em julho, uma viagem de estudantes à ilha de Maiorca provocou um surto de Covid-19 que infectou milhares de pessoas. Para conter a propagação do vírus, o governo regional proibiu todos as reuniões entre 1h e 6 horas da manhã.
// RFI