Uma invasão de escorpiões tem deixado moradores do bairro Brasil, na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, assustados. Os moradores contam que os animais aparecem com muita frequência nas casas, em estabelecimentos comerciais e podem ser vistos até nas calçadas.
O militar aposentado Osvaldino Gomes, que mora na Avenida Itabuna, conta que precisa todos os dias arrastar móveis e revistar objetos para não ser surpreendido. Ele conta que, em pouco mais de um ano morando no bairro, já encontrou mais de 30 escorpiões dentro de casa.
“A última vez, encontramos um em cima da cama do meu neto. Cada dia que passa, aumenta a quantidade de escorpião. A gente quer dos órgãos competentes que apresentem uma solução para nós”, disse.
No quintal, para combater os escorpiões, Osvaldino diz que precisou colocar galinhas. “Eu ganhei umas e também tive que comprar outras para não deixar criar uma epidemia no quintal”, destacou. Ainda não há informações sobre o que está atraindo tantos escorpiões para o local.
A vizinha, a dona de casa Iracema Lacerda, também reclama dos insetos. Ela diz que mora no bairro há cerca de 30 anos e conta que o problema é antigo. Iracema lembra do susto que tomou uma vez quando um escorpião caiu em sua cabeça.
“Foi choque muito grande, mas Deus me deu o livramento. Aqui, sempre teve muito escorpião. Não sei se vem do esgoto ou de outro lugar, mas aqui está um caso sério”, afirmou.
A prefeiura de Vitória da Conquista informou que, ao receber denúncias, o Centro de Controle de Endemias realiza visitas para orientar os moradores e vistoriar os imóveis.
Informou ainda que os escorpiões encontrados são capturados e encaminhados para um laboratório para análise. O procedimento, segundo a prefeitura, segue o que orienta o Ministério da Saúde.
A picada do escorpião pode levar à morte e o ideal é que a pessoa procure imediantamente um médico, como orienta a diretora clínica do Hospital Geral de Vitória da Conquista, Maria Tereza Barce.
“Existem os grupos que são mais sensíveis à picada do escorpião, que são formados pelas crianças e os pacientes idosos. Mas qualquer um de nós pode ter uma reação mais adversa à picada de algum animal peçonhento. O ideal é procurar um médico para ser avaliado”, afirma.
A médica conta que o soro antiescorpiônico é aplicado sobretudo nas pessoas que apresentam complicações. O medicamento, no entanto, está em falta na cidade.
“As pessoas que só sentem a dor e não desenvolvem as complicações não têm indicação de tomar o soro antiescorpiônico. Mas os grupos de risco, principalmente as crianças e os idosos, a gente costuma dar o soro, que está em falta no Ministério da Saúde. Quando não temos o soro e temos esses grupos de risco, a opção é o soro antiaracnídeo, que é eficaz, mas é mais caro”, destacou.
A médica disse ainda que 100 ampolas do soro antiescorpiônico serão encaminhadas pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) nos próximos dias para Vitória da Conquista.