Após perder a filha, brasileiro cria robô que deteta infecção grave

Um pai conseguiu transformar sua dor em tecnologia para salvar outras pessoas – e criou Laura, o Algoritmo da Vida.

O analista de sistemas Jacson Fressato, de 37 anos, criou um robô inteligente que identifica pacientes com o perfil a desenvolver infecção generalizada, ou sepse, o que causou a morte de sua filha com apenas 18 dias de vida, em 2010.

A máquina reconhece sinais de alerta, como alterações na temperatura e em parâmetros sanguíneos, identifica os quadros de risco e avisa a equipe médica por meio de monitores em postos de enfermagem.

Usando inteligência artificial, o programa “aprendeu” a identificar sinais da doença cruzando normas de protocolos internacionais e os históricos de 7.000 pacientes internados no hospital em 2016.

Para criar o robô, Fressato teve que fazer dinheiro: ele vendeu a casa, o carro, se enclausurou durante 4 anos e investiu R$ 1 milhão, com ajuda de um investidor. O sistema instalado e com treinamento de pessoal custa R$ 42 mil.

Batizado de Laura, o robô é uma homenagem à filha de Fressato. Laura morreu em 2010 e Fressatto fez uma promessa de fazer algo para evitar outras mortes.

“Eu sempre me imaginei com esposa, filhos, casa, o pacote completo. Não pude ter nada disso. Mas, se eu só me lamentasse, estaria perdido”, disse o analista em entrevista à Folha de S. Paulo.

No Brasil, mais de 600 brasileiros morrem diariamente, em decorrência da doença, segundo levantamento do Instituto Latino Americano da Sepse (Ilas).

“Estudos mostram que, a cada hora sem tratamento, o paciente com sepse tem 8% a mais de chance de morrer”, diz a infectologista Viviane Dias.

O robô está há 2 meses no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, Paraná, e já reduziu em três vezes os casos de sepse grave. Até setembro deste ano, a média foi de 1,5 caso ao mês. Depois de Laura, o escore caiu para 0,5 caso ao mês.

Para todo o efeito, Laura é o Algoritmo da Vida.

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1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns ao Fressato, uma grande contribuição para a medicina, mas lamentavelmente, não contribuirá muito, pois ainda dependemos da atenção de funcionários desídiosos. Desafortunadamente, a maioria dos erros que acontecem nos hospitais, e esse, infelizmente é corriqueiro, é por falta de atenção e comunicação dentro do sistema. Se a enfermeira que está na ponta, não for preparada para perceber o problema, e tomar alguma atitude, não adianta nada colocar a sua disposição mais mecanismos de prevenção.

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