Depois de vários problemas com superaquecimentos e explosões mesmo após um recall global a Samsung decidiu descontinuar o Galaxy Note 7 solicitando que todos os compradores devolvam suas unidades e ainda está enviando kits anti combustão a todos os donos de uma unidade do aparelho.
No entanto, permanece a dúvida: o que aconteceu para que tantos aparelhos começassem a explodir?
O fato é que ninguém sabe, nem mesmo a Samsung. O jornal New York Times diz que os engenheiros da empresa até agora não conseguiram replicar a falha internamente para poder estudar o que estava acontecendo. Isso é preocupante, porque o Galaxy S8 está chegando e pode ser um fiasco total se a empresa não vier a público com uma resposta honesta e clara sobre o que de fato aconteceu e como garantir que não ocorra nunca mais.
Inicialmente, suspeitou-se que o problema era só das baterias defeituosas. O problema é que depois de trocar de fornecedor, isso continuou acontecendo. Aqui estão algumas das possibilidades, levantadas pela imprensa internacional e organizadas pelo site BGR. Elas podem ser todas reais ao mesmo tempo, já que não se excluem, mas pode ser que nenhuma delas se confirme.
Problemas de produção
Em setembro deste ano, o órgão do governo americano responsável por gerenciar recalls, o CPSC (sigla para Comissão de Segurança de Produtos do Consumidor) afirmou que o problema estava nas baterias criadas pela Samsung SDI, a divisão de baterias da companhia. O problema é que elas eram grandes demais para o espaço disponível no celular. Isso fazia com que os cantos ficassem espremidos, podendo causar curtos, superaquecimentos e fogo.
A questão é que a Samsung dispensou a divisão SDI e recorreu a outra fabricante, a Amperex, da China. Investigadores apontaram para a Bloomberg que as baterias da Amperex também apresentaram defeito e acreditam que é provável que a falha tenha sido diferente da que causou o primeiro recall.
Design falho
Outra causa especulada foi a curvatura simétrica nas laterais (tanto na frente quanto atrás) do celular. Novamente, retornando à explicação número 1, as baterias seriam grandes demais para o espaço que ocupariam dentro do celular.
A explicação desta vez, os pratos de isolamento que separam o cátodo do ânodo estavam perto demais das bordas curvas, o que tornava a bateria mais propensa a entrar em colapso em caso de pressão. Esta pressão pode ter sido aplicada, inclusive, durante o processo de produção, tornando o aparelho inseguro depois de pouco uso.
A imagem abaixo, feita com raio-X, mostra os pratos das baterias da SDI muito perto da borda do Note 7.
Carregamento rápido
Outra teoria, do Financial Times, diz que, na ânsia de fazer a bateria do Note 7 recarregar mais rápido, a Samsung acabou cometendo um erro. A empresa teria feito ajustes no processador para permitir uma recarga mais acelerada, mas isso pode ter causado o problema.
A explicação é que, se você tenta recarregar uma bateria rápido demais, ela se torna volátil, segundo uma fonte anônima, que teria discutido o assunto com executivos da Samsung.
// Arena 4G