Nesta sexta-feira (11), o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez críticas à reforma política em discussão na casa, em especial à instituição de um alto valor para o fundo público de financiamento de campanha (R$ 3,6 bilhões), sem um debate prévio com a sociedade, e a seu caráter permanente, e não transitório.
“Gera uma sinalização equivocada na sociedade, mostra que a politica não quer dar soluções concretas para o futuro, mas para hoje, disse.
“A reforma não parece a melhor, pelo que a gente vê na imprensa. Houve aprovação e temas polêmicos como permanentes, que deveriam ser transitórios, como o fundo eleitoral. Infelizmente se decidiu manter valor alto, que a sociedade não aceita. Como um valor permanente, acho muito grave”, afirmou Maia, atacando também o fim “abrupto” do financiamento privado de campanha, mesmo facilitando atos de corrupção.
Ele criticou também o distritão e disse que o sistema eleitoral brasileiro está “falido”, com pouca renovação na política.
“Sem um cláusula de desempenho e sem financiamento privado é muito ruim. Se nós conseguirmos aprovar o sistema distrital misto em 2022, poderemos recuperar a legitimidade e a relação da sociedade com a política. Se conseguirmos, será uma grande vitória na base da democracia, que é um sistema eleitoral que possa atrair novos quadros”, declarou.
Segundo o Estadão, partidos da base aliada do governo de Michel Temer (PMDB) e também da oposição lançaram uma “frente ampla” na Câmara para tentar barrar o distritão.
No modelo do distritão, eleitores votarão apenas em candidatos a deputados e vereadores. Não há a possibilidade de votar em partidos, e o quociente eleitoral deixa de existir. Desta maneira, são lançados menos candidatos por partido, e só os mais votados se elegem.
Para que as novas regras passem a valer para as eleições de 2018, deputados e senadores precisam aprová-las até o dia 7 de outubro.
Uma crítica ao sistema é de que os candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos serão privilegiados, o que deixaria os novatos em desvantagem. Ao se considerar otimista, Maia acredita que as eleições devem apresentar um embate político entre “quem quer Brasil eficiente e moderno” e quem é contra as reformas.
Ciberia // Estadão