Arqueólogos descobriram no Egito restos de um raro templo greco-romano, incluindo a entrada principal e o pátio. Esse é um dos mais notáveis achados históricos.
A descoberta foi feita em Al-Salam, no deserto ocidental do Egito, a cerca de 320 quilómetros das margens do Mediterrâneo.
“O mais surpreendente é que não ouvimos falar todos os dias em novos templos encontrados no Egito”, disse a arqueóloga Sarah Parcak, que não está envolvida na escavação, à National Geographic.
Até agora foram descobertas cerâmicas, moedas, uma escultura da cabeça de um homem e pilares de parede decorados com símbolos da época, mas os arqueólogos que trabalham na escavação afirmam que, provavelmente, haverá muito mais por descobrir à medida que as escavações avançam.
Sarah Parcak admite que a descoberta dará muitas mais pistas sobre a história do oásis Siwa, um dos assentamentos egípcios mais isolados, que se encontra entre a Depressão de Qattara e o Mar da Areia Egípcia, a cerca de 560 quilômetros da cidade do Cairo.
Embora não esteja provado, acredita-se que as pessoas habitaram o oásis Siwa desde, pelo menos, 10.000 a.C.. Esse templo recém-encontrado pode ter sido construído entre 200 a.C. e 300 d.C..
Durante esse período de tempo, o Egito ficou sob domínio helenístico e, depois, romano. no entanto, a arquitetura e as religiões do antigo Egito permaneceram vivas. É por esse motivo que influências tanto tradicionais como modernas podem ser observadas nos edifícios da época, incluindo o templo em Al-Salam.
Mas, infelizmente, poucas ruínas da época ainda permanecem intactas, ou pelo menos perceptíveis, o que torna a descoberta ainda mais emocionante. Espera-se que os trabalhos de escavação durem pelo menos até o fim do ano, de modo a que sejam descobertos ainda mais artefatos históricos.
Cada um dos objetos encontrados ajuda a contar o que aconteceu no oásis Siwa durante aquele período, as atividades praticadas pelas pessoas na época e o número de habitantes da região.
Os templos eram usados como locais de comércio, para eventos religiosos, e eram também a casa dos sacerdotes da elite. O lar de um padre, por exemplo, poderia estar entre as descobertas que ainda estão por acontecer.
Atualmente, o lugar mais aclamado da região do oásis de Siwa é o exato local onde o rei grego Alexandre, o Grande consultou o oráculo de Amon. Aliás, foi nesse lugar que Alexandre acreditou ter sido chamado para ser o rei divino do Egito.
“Achamos que sabemos muito sobre o antigo Egito, mas ainda há muito para ser encontrado”, concluiu Parcak.
Ciberia // ZAP