Pesquisadores descobriram 139 planetas na borda do Sistema Solar, localizados além da órbita de Netuno. Os objetos encontrados nessa região são chamados de objetos transnetunianos (TNOs).
A equipe analisou quatro anos de dados coletados pelo Levantamento da Energia Escura (DES, na sigla em inglês). Este projeto tem como objetivo investigar a dinâmica de expansão do universo. O estudo foi realizado por uma equipe internacional de pesquisadores e publicado no Astrophysical Journal Supplement.
Embora o projeto não tenha sido estruturado para procurar planetas anões, seus dados são especialmente úteis para essa tarefa. Planetas anões são aqueles que orbitam o Sol, mas não tem características de planeta ou de cometa.
Os astrônomos identificaram 316 TNOs, dos quais 139 ainda não haviam sido documentados. São conhecidos aproximadamente 3 mil objetos transnetunianos. O mais conhecido e maior deles é o planeta anão Plutão.
A abordagem precisou ser adaptada para o estudo, uma vez que o DES foi desenvolvido para observar objetos grandes e distantes, como estrelas, galáxias e supernovas.
Um dos autores é graduado em Física pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo e doutorando em Física e Astronomia pela Universidade da Pensilvânia. Ele explicou que pesquisas dedicadas a TNOs têm uma forma de observar o movimento dos objetos. Para esse estudo, os pesquisadores precisaram encontrar uma forma de recuperar esses movimentos.
A princípio, 7 bilhões de pontos foram analisados por terem sido identificado como objetos astronômicos por um software de computador. Depois de diversas etapas de análise esse número foi reduzido para 316 TNOs.
A identificação desses objetos pode ajudar os cientistas a encontrar um planeta hipotético chamado Planeta Nove. A existência dele foi proposta pela primeira vez em 2016, por dois cientistas. Para eles, esse planeta explicaria a orbita de um aglomerado de TNOs. Mas até hoje não há evidência direta da existência do Planeta Nove.
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