Astrônomos do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) no Porto (Portugal) encontraram provas que demonstram a existência de dois mecanismos diferentes de formação de planetas gigantes fora do sistema solar.
Embora seja necessário uma pesquisa mais aprofundada, o cientista Nuno Cardoso Santos, um dos responsáveis pelo estudo, acredita que a observação pode fornecer dados importantes para uma melhor compreensão dos processos de formação dos exoplanetas (planetas fora do sistema solar) gigantes.
O cientista disse que o modelo mais convencional de formação planetária, designado por processo de acreção do núcleo, é originado pela junção de rochas, gelo e gás, que originam um planeta gigante, com uma massa inferior a quatro massas de Júpiter.
Um segundo modelo sugere que as instabilidades registradas durante a formação planetária dão origem a bolas de gás que se contraem até formar um planeta gigante.
A equipe de pesquisa indica que pode ser esse o processo que leva à formação de planetas gigantes maiores, com uma massa que pode ter entre quatro e 20 vezes a massa de Júpiter. Para obtenção deste resultado, os astrônomos utilizaram dados existentes em um catálogo do IA, que indica as características de todas as estrelas que têm planetas.
“Analisamos as diferenças entre as abundâncias químicas dos planetas que tinham menor massa com os que tinham maior massa e concluímos que os dois grupos de estrelas tinham propriedades diferentes”, explicou Nuno Cardoso Santos.
Para apoiar o resultado, estão sendo feitas observações com o satélite GAIA, da Agência Espacial Europeia (ESA), cuja sensibilidade permitirá a detecção de milhares de exoplanetas gigantes, em órbitas de longo período à volta de estrelas de diferentes massas, informa ainda o comunicado do IA.
O estudo “Observational evidence for two distinct giant planet populations” foi publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics.
// ZAP