Sergei Ilnitsky / EPA

Um avião da Ural Airlines, com 233 pessoas a bordo, fez um pouso de emergência perto do aeroporto de Moscou nesta quinta-feira (15).
O acidente aconteceu quando os motores da aeronave aspiraram gaivotas logo após a decolagem. Não há mortos registrados, mas pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
O Airbus A321 havia iniciado o trajeto entre a o aeroporto internacional Zhukovsky, na capital russa, e Simferopol, na Crimeia, quando seus motores aspiraram as aves. De acordo com informações da Rosaviatsia, agência federal russa de aviação, as aves provocaram “importantes perturbações no funcionamento” da aeronave.
O trem de pouso do avião já havia sido recolhido, obrigando o piloto a realizar a aterrissagem sem as rodas “em uma plantação de milho a cerca de 1 quilômetro de distância do local de decolagem”, indicou a agência. O acidente aconteceu por volta das 3h da madrugada, pelo horário local.
Os passageiros e a tripulação foram retirados rapidamente da aeronave. Entre os feridos, que já foram hospitalizados, nove são crianças.
Imagens captadas por um drone mostram a aeronave imobilizada no campo de milho. No vídeo são visíveis as marcas deixadas pelo Airbus A-321 durante a manobra de aterragem de emergência.
Vídeos nas redes sociais mostram também o momento em que o avião fez o pouso de emergência e é possível ver imagens dos passageiros deixando a aeronave no meio da plantação.
As autoridades russas informaram que uma investigação já foi aberta para determinar as causas do acidente. “Os tripulantes foram suspensos até que a apuração termine. Essa é uma prática normal”, informou o porta-voz da Ural Airlines.
Em declarações a uma televisão estatal russa, um passageiro citado pela Reuters disse que o avião começou a abanar de forma violenta pouco depois da descolagem. “As luzes na parte direita do avião começaram piscando e cheirava a queimado. Depois aterramos e toda a gente correu fugindo”, relatou o passageiro.
O jornal russo Komsomolskaya Pravda descreve o piloto, Damir Yusupov, como um herói, por ter “conseguido salvar a vida de 233 pessoas aterraando com grande perícia um avião sem trem de aterragem e com o motor direito a falhar, num campo de milho”.
O piloto é já comparado nas mídias sociais ao capitão Chesley Sully Sullenberger, piloto do voo da US Airways que em 2009 aterrou com sucesso no rio Hudson, em Manhattan, após um acidente causado por um bando de gansos, salvando todos os passageiros e tripulantes.