Para “atacar” a popularidade e as vantagens trazidas pela criptomoeda mais popular da atualidade, o Banco Central Europeu (BCE) quer tornar as transferências imediatas e grátis.
O BCE está à procura de combater a ideia de que as bitcoins têm vantagens. Uma das que aparece em primeiro lugar é a prontidão com que são feitas as transferências da criptomoeda, ao contrário do que acontece com dinheiro que, em caso de ser transferido para bancos diferentes, pode demorar três dias.
Por isso, e já depois de a Bitcoin ter atingido um valor de 11 mil dólares, Frankfurt quer combater a popularidade das moedas, com Yves Mersch, membro da comissão executiva do banco central, a pedir aos bancos que se apressem em criar soluções.
“Os bancos necessitam implementar os pagamentos instantâneos o mais rapidamente possível para dar uma narrativa alternativa ao debate público em curso sobre a suposta inovação trazida pelos esquemas de moedas virtuais”, disse, de acordo com o Diário de Notícias, o responsável do banco central, em coletiva de imprensa em Roma.
O BCE tem incentivado a criação de um sistema que permita pagamentos e transferências bancárias instantâneas e praticamente grátis entre os países europeus. Essa solução já foi iniciada em oito países no mês de novembro.
Apesar de ainda não serem genericamente permitidas como meios de pagamento, o número de entidades a aceitar bitcoins tem aumentado. No eBay e na Tesla já foram feitos pagamentos com a criptomoeda. E nas últimas semanas têm surgido notícias, não confirmadas, de que a Amazon também irá disponibilizar pagamentos em bitcoin.
Nos EUA e na Austrália já se compram e alugam casas com a moeda virtual. No Japão há companhias aéreas e empresas de retalho aceitando a bitcoin. As critpomoedas são ainda utilizadas para operações de financiamento de empresas, as ofertas iniciais de moedas, semelhantes a entradas em bolsa. Nos EUA, as autoridades deram luz verde para que se criassem instrumentos financeiros relacionados com a bitcoin.
Mas multiplicam-se os avisos. O vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, disse em setembro que a bitcoin não era uma moeda, mas um instrumento de especulação.
O presidente do J. P. Morgan, um dos maiores bancos do mundo, foi ainda mais direto. “Quem for suficientemente estúpido para comprar acabará pagando o preço”, disse Jamie Dimon, citado pela imprensa norte-americana. Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel da Economia, também defendeu que a bitcoin deveria ser banida, porque não tem valor e é um foco de evasão fiscal.
Mas apesar das críticas, os bancos centrais tentam responder aos desafios impostos pelas moedas virtuais. Na Suécia e no Reino Unido, por exemplo, os bancos centrais têm em curso estudos para verificar se lançarão suas próprias moedas virtuais.
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