O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quinta-feira (23/09) à população que tome banho frio e evite usar o elevador para economizar energia elétrica.
“Aqui são três andares. Quando tem que descer, mesmo que o elevador esteja aberto na minha frente, eu desço pela escada. Se puder fazer a mesma coisa no seu prédio… Ajude a gente. Quanto menos mexer no elevador, mais economia de energia nós temos”, apelou o presidente durante a sua live semanal nas redes sociais.
“Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável. Ajude o Brasil”, acrescentou.
Também o uso do ar condicionado foi tema da declaração presidencial. “Está com 20ºC, passa para 24ºC, gasta menos energia”, sugeriu Bolsonaro.
Risco de apagão
O Brasil atravessa a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, o que levou a um forte aumento dos custos de energia e acendeu os alertas sobre a possibilidade de racionamento de eletricidade e água nos próximos meses. A seca deixou em níveis mínimos as barragens das principais hidroelétricas do país.
“Estamos enfrentando a maior crise hidrológica da história do Brasil”, declarou Bolsonaro no início de setembro. “Em novembro, se Deus quiser, começa a época da chuva. Se [a chuva] não chegar, teremos problemas”, frisou.
Nas últimas semanas, o governo adotou um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da crise hídrica, como o aumento do preço da eletricidade e incentivos para estimular a redução do consumo empresarial e doméstico.
No entanto, especialistas consideraram as medidas insuficientes e não descartaram a possibilidade de apagões nas próximas semanas.
De acordo com um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em agosto, 90% dos industriais brasileiros estão preocupados com o risco de racionamento de eletricidade ou com um aumento dos custos energéticos devido à atual crise hídrica.
Dados recentes, divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nas regiões sudeste e centro-oeste, responsáveis por cerca de 70% do armazenamento de água do país, os depósitos hídricos estão com uma média de cerca de 20% da capacidade.
Da mesma forma, algumas das principais barragens já atingiram o nível mínimo para continuarem a gerar energia elétrica.
Ciberia // DW