O presidente Jair Bolsonaro será submetido a uma nova cirurgia no abdômen. Será o quarto procedimento do tipo desde que ele sofreu uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.
Segundo informou neste domingo (01/09) uma nota assinada pelo médico da presidência, Ricardo Peixoto Camarinha, Bolsonaro “foi avaliado clinicamente e passará por uma cirurgia de correção de hérnia de incisão, que surgiu como resultado de intervenções cirúrgicas realizadas anteriormente”.
A nova cirurgia está marcada para o dia 8 de setembro no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O procedimento é considerado de médio porte e será realizado pelo médico Antonio Luiz Macedo, que atendeu o presidente após o atentado em setembro do ano passado.
No Twitter, Bolsonaro publicou uma foto ao lado de Macedo e do cardiologista Leandro Santini Echenique e disse estimar que sua recuperação deva demorar dez dias. “Agora em São Paulo com os Drs. Macedo e Leandro [Echenique, cardiologista]. Pelo que tudo indica, curtirei uns 10 dias de férias com eles brevemente. Bom dia a todos”, escreveu no Twitter.
Bolsonaro foi alvo de um ataque com faca em 6 de setembro, quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Após o atentado, ele fez uma cirurgia inicial na Santa Casa de Juiz de Fora e depois uma segunda, em São Paulo. Ele permaneceu três semanas internado e recebeu alta no final de setembro.
Em janeiro, já ocupando a presidência, ele foi novamente submetido a uma cirurgia para a retirada de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal.
O agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso logo depois do atentado. Em maio, um juiz da 3ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora decidiu que Adélio Bispo não poderia ser punido criminalmente em razão de sofrer transtorno mental.
A decisão foi tomada com base em avaliações psiquiátricas, inclusive com uma entrevista feita por um médico indicado pela defesa de Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho.
No mês seguinte, o juiz aplicou em Adélio o mecanismo da “absolvição imprópria”, previsto quando uma pessoa não pode ser condenada por ser inimputável, e determinou a internação do agressor por tempo indeterminado na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).
Bolsonaro, que desde o atentado alimentava dúvidas sobre as conclusões do inquérito da PF e sugeria que Adélio fazia parte de uma conspiração, dizia que pretendia contestar a sentença, mas não apresentou nenhum recurso dentro do prazo.