Um grupo de cientistas supõe que na primeira metade deste século a atividade solar será mínima, o que fará com que menos calor chegue à Terra.
Os cientistas do Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), analisaram dados recolhidos nos últimos 20 anos pelo Explorador Internacional de Luz Ultravioleta (IUE, na sigla em inglês) – um telescópio espacial orbital que opera na área desse tipo de raio. A conclusão foi publicada no Astrophysical Journal, em dezembro.
Ao medir a radiação emitida pelas estrelas do tipo solar, conseguiram revelar as condições que precedem as temperaturas mínimas. Como resultado da pesquisa, a equipe de cientistas descobriu que a diminuição da atividade solar pode ser prevista a partir da frequência da formação de manchas solares.
De acordo com especialistas, a possibilidade de a Terra enfrentar uma grande temperatura mínima no futuro próximo é bastante alta. Não obstante, o resfriamento global não será suficientemente forte para compensar o aumento da temperatura média do planeta, causado pelo aquecimento global. Assim, o calor que a Terra recebe do Sol diminuirá, mas isso não impedirá o aquecimento global, revelam os cientistas.
O resfriamento seria o que os cientistas chamam de um grande mínimo, período em que o magnetismo do Sol diminui, formam-se manchas solares e menos radiação ultravioleta atinge a superfície terrestre.
“Agora, temos um ponto de referência com o qual podemos realizar melhores simulações de modelos climáticos. Portanto, podemos ter uma ideia melhor de como as mudanças de radiação solar UV afeta a mudança climática”, afirmou Dan Lubin, físico e diretor do projeto, em comunicado da universidade.
Os astrônomos consideram que é possível repetir o mínimo de Maunder, que ocorreu no período entre 1645 e 1715, caracterizado por um pequeno número de manchas solares.
Ciberia // Sputnik News / ZAP