O ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, negou o pagamento de propina a representantes africanos com o objetivo de garantir a vitória da candidatura do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
Cabral foi interrogado nesta quinta-feira (9) pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, se houve repasse de dinheiro, no âmbito da Operação Unfair Play.
Cabral foi enfático em dizer que não houve repasse ao senegalês Papa Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo Lamine Diack.
O ex-governador disse ainda que não poderia responder pelas ações de outros dois investigados, o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, e Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do Comitê Rio 2016.
Encontro familiar
Antes do interrogatório, Cabral teve a oportunidade de encontrar seus pais, um de seus filhos e um dos netos. A família de Cabral chegou cedo ao prédio da Justiça Federal e ficou aguardando por cerca de duas horas para falar com ele.
O pai, Sérgio Cabral, estava acompanhado da mãe, Magali, do filho e deputado federal Marco Antônio Cabral, que veio com sua esposa e o bebê do casal. O pai de Cabral veio em um andador e depois foi colocado em uma cadeira de rodas. O encontro, autorizado por Bretas, foi no 7º andar e não pode ser acompanhado pela imprensa.
Depois do depoimento, Cabral contou que foi muito emocionante reencontrar sua família, principalmente o pai, que está com 81 anos. Disse que a última vez que o viu foi no presídio, em Benfica, no Dia dos Pais.
Antes de Cabral, Griner falou durante cerca de duas horas e também negou que tivesse havido qualquer tipo de acerto financeiro para trazer os Jogos para o Rio.