Com o intuito de fazer justiça histórica, a pequena cidade escocesa de Fife busca os restos mortais da única “bruxa” a ser condenada e a não ser queimada viva no país.
Lilias Adie, uma mulher escocesa do século XVIII teve um fim trágico após uma duvidosa acusação. Tudo começou quando em uma noite de 1704, uma vizinha sua, sob efeitos do álcool, teria visto Lilias tendo contato com “demônios”. A mulher acreditou que Lilias procurava fazer algum mal a ela com a ajuda de seres malignos.
Ouvindo a acusação, autoridades da pequena cidade de Torryburn prenderam Lilias para ininterruptas sessões de interrogatório. Na época, homens e mulheres acusados de bruxaria eram queimados vivos.
Segundo especialistas, Lilias teria contado uma incrível história de como se encontrou com o “diabo” após torturas físicas e psicológicas. Em um dos momentos, Lilias disse que teria tido relações sexuais com um espírito maligno e dançado com o mesmo.
A confissão chocou as autoridades. No entanto, perguntada sobre os nomes de outras bruxas que teriam participado de tais encontros sobrenaturais, Lilias não mencionou nenhuma pessoa além das que as autoridades já haviam acusado.
Lilias foi condenada à morte, mas seu destino foi diferente. Ela teria cometido suicídio um mês antes da data da consumação da sentença, segundo especialistas de hoje. Logo em seguida, seu corpo foi enterrado no litoral escocês, e sua tumba coberta por uma pedra, informou o The Washington Post.
As acusações feitas a Lilias demonstram os absurdos cometidos em uma época negra da história da Europa. O número de vítimas da caça às bruxas em séculos passados chegou a milhares. No entanto, relembrar as vítimas não é uma tarefa fácil. Ao que tudo indica, Lilias foi a única “bruxa” a ser enterrada, enquanto as outras foram queimadas e delas nada restou senão cinzas.
Tentando resgatar a memória de Lilias Adie, a cidade de Fife, onde ela foi enterrada, busca os ossos da mulher para a construção de um memorial. De acordo com dados históricos, eles foram tomados por colecionadores em 1852. Além disso, seu crânio foi exibido ao público em 1938, estando desaparecido desde então.
// Sputnik News