Uma equipe de pesquisadores do Instituto Italiano de Tecnologia desenvolveu um implante de retina que pode devolver a visão para ratos de laboratório. E estão planejando testar o procedimento em humanos até o fim do ano.
O implante converte a luz em sinais elétricos, que estimulam os neurônios da retina, e devolve a esperança para milhares de pessoas que sofrem de degeneração da retina, com doenças como a retinite pigmentosa, em que as células fotorrecetoras morrem, tendo impacto na visão periférica, central e na distinção das cores.
O implante é feito de uma camada fina de polímero condutor, colocado numa base e coberto por um polímero semicondutor. Este polímero semicondutor age como um material fotovoltaico, absorvendo fótons quando a luz penetra na lente dos olhos. Quando isso acontece, a eletricidade estimula os neurônios retinais, preenchendo a falha que existe na retina do paciente.
Para testar este implante, os investigadores o colocaram nos olhos de cobaias geneticamente selecionados para desenvolver esta degeneração da retina. 30 dias depois da cirurgia, os cientistas testaram a sensibilidade relativamente à luz, comparando o reflexo pupilar deste grupo com os de cobaias saudáveis e cobaias com a degeneração mas que não passaram pelo tratamento.
Os cientistas observaram que, com a baixa intensidade de 1 lux (o equivalente à luz da lua cheia), as cobaias tratadas não mostravam resultados muito melhores do que os ratos sem tratamento. No entanto, quando essa luminosidade aumentava para 4-5 lux (a luminosidade do crepúsculo) mostravam resultados semelhantes aos animais saudáveis.
Dez meses depois da cirurgia, o implante ainda se mostrou eficaz nas cobaias, mas todos os grupos (saudáveis, tratados e não tratados) apresentaram uma perda visual provocada pelo avanço da idade.
Ao usarem um aparelho de tomografia para controlar as atividades cerebrais durante os testes de sensibilidade à luz, os cientistas viram uma melhoria na atividade do córtex visual primário, responsável por processar a informação visual.
Com base nestes resultados, agora publicados na revista científica Nature, a equipe concluiu que o implante ativa diretamente os circuitos neuronais residuais da retina degenerada. Porém, ainda são necessárias novas investigações para perceber exatamente como é que esta estimulação funciona a nível biológico.
Por enquanto, não há garantias de que estes resultados vão se repetir em humanos, mas a equipe está otimista. “Esperamos replicar estes resultados excelentes em humanos”, afirmou a investigadora Grazia Pertile.
“Estamos planejando o primeiro teste em humanos para a segunda metade do ano e esperamos recolher resultados preliminares em 2018”, acrescentou.
// ZAP
Perdi a visão do olho direito, descolamento de retina,.. agora o olho esquerdo tb está tendo o mesmo problema mas eu estou sempre fazendo o layse….. gostaria de me candidatar a cobaia….tenho medo da cegueira.
Tenho degeneração macular e gostaria de saber se tem essa cirurgia no Brasil?