Pesquisadores na Califórnia, EUA, estudaram as reações de certos tipos de coronavírus em pessoas infetadas com a COVID-19, e detectaram um que é “lembrado” após infeção.
Cientistas do Instituto de Pesquisa de Scripps, Califórnia, EUA, descobriram um anticorpo com reação cruzada que se ativa em pessoas infectadas com a COVID-19 e que sofreram previamente com resfriado, informa um comunicado de quarta-feira (26) da organização.
Com o uso de microscopia eletrônica, os cientistas tentaram entender como certos coronavírus que causam resfriado podiam influenciar a resposta imunológica à doença do novo coronavírus.
“Examinando amostras de sangue coletadas antes da pandemia, e comparando-as com amostras de pessoas que haviam estado doentes com COVID-19, conseguimos identificar os tipos de anticorpos que reagiram de forma cruzada com os coronavírus benignos e SARS-CoV-2”, explicou Raiees Andrabi, investigador do Instituto de Pesquisa de Scripps, Califórnia, EUA, e autor principal do estudo publicado na revista Nature Communications.
Durante os testes o anticorpo encontrado conseguiu neutralizar igualmente o SARS-CoV-1, o coronavírus que causa a síndrome respiratória aguda severa.
“Este tipo de anticorpo reativo cruzado é provavelmente produzido por uma célula B de memória que é inicialmente exposta a um coronavírus que causa o resfriado comum, e depois se recupera durante uma infecção da COVID-19”, indicou Andrabi. As células B da memória são uma parte essencial do sistema imunológico, que podem circular no sangue por décadas, prontas para entrar em ação se a ameaça surgir novamente.
“É provável que outro coronavírus mortal ressurja no futuro, e quando isso acontecer, queremos estar mais bem preparados. Nossa identificação de um anticorpo reativo cruzado contra o SARS-CoV-2 e os coronavírus mais comuns é um avanço promissor no caminho para uma vacina ou terapia de ação ampla”, disse Dennis Burton, coautor do estudo.
Segundo o comunicado, a descoberta poderá levar eventualmente ao desenvolvimento de uma vacina universal, protegendo assim contra coronavírus futuros.
// Sputnik