Um grupo de cientistas injetou sangue de adolescentes em ratos idosos, melhorando sua memória, cognição e atividade física. Esta descoberta pode ser uma boa notícia para as pessoas que sofrem de doenças degenerativas, como o Alzheimer.
“O método tem potencial para ser utilizado num tratamento para as pessoas”, diz Sakura Minami, pesquisadora da Alkahest, uma empresa líder mundial em terapias de plasma.
Várias pesquisas anteriores revelaram que a partilha de sangue entre ratos idosos e ratos jovens tem um efeito interessante: os animais jovens mostram sinais de envelhecimento cerebral, enquanto o cérebro, o fígado e coração dos roedores mais velhos começam a rejuvenescer.
Para descobrir se o plasma sanguíneo de jovens poderia ter os mesmos benefícios, Sakura Minami e sua equipa recolheram amostras de sangue de humanos com 18 anos de idade, que posteriormente injetaram em ratos com 12 meses.
Quando um rato completa um ano de idade, o equivalente a 50 anos em humanos, o animal começa a mostrar sinais de envelhecimento, tais como a má memória e diminuição da atividade física.
No entanto, quando injetados com sangue humano, os animais começaram a comportar-se como ratos mais jovens, mostrando melhorias em vários aspetos.
Os pesquisadores colocaram os ratos tratados num dispositivo chamado Labirinto Barnes, uma ferramenta usada para medir a aprendizagem e a memória dos roedores.
Devido à fraca memória, ratos mais velhos tendem a não conseguir se movimentar no labirinto, mas depois de serem injetados com sangue humano realizaram a tarefa como os ratos jovens.
“É mais ou menos o que esperávamos. O sangue dos jovens deve ter algo que é importante para os manter jovens”, afirmou Victoria Bolotina, da Universidade de Boston, citada pela New Scientist.
Os cientistas procuraram pistas sobre a formação de novos neurônios no cérebro – um processo chamado neurogênese, que é importante para a memória e aprendizagem – e descobriram a criação de novas células nos cérebros dos ratos injetados com o sangue humano.
A pesquisadora Sakura Minami diz ter identificado alguns fatores no sangue jovem que podem ser responsáveis por estes benefícios, mas por enquanto não pode revelá-los.
O método foi apresentado na reunião anual da Sociedade de Neurociência na Califórnia, nos EUA, e já está sendo testado em pessoas com Alzheimer.
BZR, ZAP