Donald Trump anunciou, nesta terça-feira (19), a criação de uma força espacial, o sexto ramo das Forças Armadas dos Estados Unidos.
O presidente norte-americano confirmou oficialmente a intenção de criar um sexto ramo das Forças Armadas dos Estados Unidos, uma “força espacial” independente da Força Aérea e que o Congresso terá ainda que autorizar.
“Ordeno ao Departamento da Defesa, ao Pentágono, que inicie imediatamente o processo necessário para criar uma força espacial como sexto ramo das Forças Armadas”, declarou Donald Trump, em discurso sobre o espaço, na Casa Branca.
O chefe de Estado norte-americano não forneceu detalhes sobre a missão que a nova divisão militar teria, mas disse, ao assinar a ordem instruindo o Pentágono a criá-la: “Não queremos que a China e a Rússia e outros países nos ultrapassem”.
“Nós vamos ter uma Força Aérea e uma Força Aérea do Espaço, separada mas igual“, explicou, pondo fim ao atual debate contra aqueles que queriam que a nova força espacial estivesse ligada à Força Aérea norte-americana.
Donald Trump tinha já indicado que era a favor da criação deste sexto ramo militar, lado a lado com o Exército, a Força Aérea, a Marinha, os Fuzileiros e a Guarda Costeira.
No Congresso, o debate opõe há anos os partidários de uma nova entidade em igualdade de circunstâncias com os outros ramos, e aqueles que consideram mais funcional deixar o espaço a cargo da Força Aérea.
A criação desta força espacial não poderá ser feita de um dia para o outro, e o Congresso terá, em qualquer caso, que adotar uma lei para o efeito. Mas a ordem do presidente republicano define claramente como política oficial da sua administração, e do Pentágono, a criação da força.
“Para defender a América, uma simples presença no espaço não é suficiente, temos que dominar o espaço“, declarou Trump. Na definição técnica, a força espacial será projetada para garantir a utilização amigável do espaço, como na condução de operações de combate, cuidados após missões de treinamento militar ou guerra espacial.
Já em março do ano passado, Trump tinha dito que gostaria de criar uma divisão das Forças Armadas dedicada ao espaço, por considerar que ali também “se travam guerras, como na terra, no ar e no mar”.
No entanto, reconheceu que “não estava falando sério” quando referiu pela primeira vez aos seus assessores a ideia de criar esse corpo militar. Mas depois pensou que era “uma grande ideia“.
O chefe do Estado-Maior Conjunto norte-americano, general Joseph Dunford, admitiu em abril que os sistemas com que Washington conta no espaço precisam da “resistência” necessária em caso de ataque e são vulneráveis às novas “capacidades” com que outros países contam.
“Dizem que não há guerras no espaço, mas existem guerras que envolvem nossos sistemas no espaço”, advertiu Dunford.
Em abril do ano passado, Trump pediu à NASA para acelerar seus planos de exploração espacial, que incluíam a chegada de seres humanos a Marte na década de 2030, para que um cidadão norte-americano pise no Planeta Vermelho ainda durante seu primeiro mandato, que termina em janeiro de 2021.
Em dezembro, o presidente subscreveu uma diretiva de política espacial que estabelecia como meta de governo criar uma base na Lua, como passo prévio à primeira missão tripulada a Marte.