O Reino Unido resgatou ou interceptou um total de 1.115 migrantes que cruzavam o Canal da Mancha em pequenos barcos na sexta-feira (8) e no sábado (9), informou o Ministério do Interior britânico neste domingo (10).
No sábado, as autoridades britânicas recuperaram 491 pessoas em 17 operações, e 624 pessoas em 23 operações na sexta-feira. O Ministério do Interior britânico afirmou que as autoridades francesas impediram 114 pessoas de chegar à costa da Inglaterra no sábado, e outras 300 na sexta-feira.
Em nota, o comandante Dan O’Mahoney, encarregado da “ameaça clandestina” no Canal da Mancha, sublinhou a determinação do governo britânico em lutar contra o “aumento inaceitável” dessas perigosas travessias.
“Em colaboração com a polícia e os nossos parceiros internacionais, foram realizadas mais de 300 detenções e 65 condenações” e “os nossos esforços direcionados tornaram possível evitar mais de 13,5 mil tentativas de “travessias desde o início do ano”, ele acrescentou.
De acordo com a agência de notícias britânica PA, mais de 17 mil migrantes conseguiram fazer a travessia para a Inglaterra a bordo de pequenos barcos desde o início do ano, mais que o dobro do número de todo o ano de 2020.
O assunto é regularmente fonte de tensão entre Londres e Paris. Durante uma viagem a Loon-Plage (Norte) no sábado, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, pediu que um tratado de migração fosse negociado entre a União Europeia e o Reino Unido.
Prisão perpétua
Darmanin também solicitou ao governo britânico que honrasse seu compromisso de pagar à França € 62,7 milhões em 2021-2022 para financiar o fortalecimento da aplicação da lei francesa nas costas. “Pedimos aos britânicos que mantenham sua promessa de financiamento, já que mantemos a fronteira para eles”, revelou.
O governo britânico começou a aprovar um polêmico projeto de lei reformando o sistema de asilo e prevendo penas mais duras, aumentando para prisão perpétua, dos atuais 14 anos, a pena máxima para contrabandistas.
// RFI