Uma americana se tornou a primeira pessoa a cruzar a nado o Canal da Mancha – trecho de mar entre o Reino Unido e a França – quatro vezes sem parar.
Sarah Thomas, de 37 anos, começou o desafio épico nas primeiras horas do último domingo e terminou 54 horas e 10 minutos depois. A nadadora de ultramaratonas em águas abertas – que completou um tratamento de câncer de mama há um ano – dedicou a travessia a “todos os sobreviventes (da doença) por aí”
Thomas foi prejudicada pela forte correnteza na etapa final, mas terminou a travessia na terça-feira por volta das 6h30 da manhã (horário local). Até agora, quatro nadadores tinham cruzado o Canal da Mancha três vezes sem parar. Mas Thomas foi a primeira a completar a quarta volta.
No ano passado, ela foi submetida a um tratamento para combater um câncer de mama, e a equipe médica disse que “a natação era sua forma de lidar com a doença”.
Falando à BBC pouco depois de chegar à praia, ela disse: “Não consigo acreditar que fizemos isso.” “Na verdade, estou um pouco zonza. Havia um monte de gente na praia para em me encontrar e congratular, e foi bom da parte deles, mas estou mesmo é atordoada.” Ela disse que planejava passar o dia dormindo: “Estou bem cansada neste momento.”
Pela previsão inicial, o percurso seria de cerca de 128,7 quilômetros, mas por causa das correntes, Thomas acabou nadando quase 209 quilômetros. A distância mais curta no Canal da Mancha, entre Dover (Inglaterra) e Calais (França) é de 33,3 km em linha reta.
“É uma vitória, ela testou os limites da resistência. Foi incrível, absolutamente inspirador. No final, ficamos muito emocionados”, conta Kevin Murphy, observador oficial da travessia.
Ao sair da água em Dover, cidade portuária no sudeste da Inglaterra, Thomas comemorou sua entrada para o livro dos recordes com champanhe e chocolate.
Ela completou sua primeira travessia em águas abertas em 2007, cruzou o Canal da Mancha pela primeira vez em 2012 e, novamente, em 2016.
No sábado à noite, na véspera da travessia, Thomas admitiu em uma postagem no Facebook que estava “assustada” com o desafio. “Estou esperando essa travessia há mais de dois anos e lutei muito para chegar aqui“, acrescentou. “Estou 100%? Não. Mas sou o melhor que posso ser agora, depois de tudo o que passei, com mais explosão e garra do que nunca.”
// BBC