Tulip Siddiq decidiu adiar o nascimento do segundo filho para poder votar contra o acordo do Brexit. A deputada trabalhista chegou ao Parlamento em uma cadeira de rodas.
Tulip Siddiq decidiu adiar o nascimento do filho por dois dias para poder participar na votação do acordo do Brexit, na terça-feira (15). Segundo o Observador, a deputada do partido Trabalhista, que votou contra o plano apresentado por Theresa May, chegou ao Parlamento britânico em uma cadeira de rodas, empurrada pelo marido.
Siddid teve uma primeira gravidez difícil, pelo que os médicos a aconselharam a fazer uma cesária no segundo parto. O nascimento do filho foi marcado para 4 de fevereiro, mas complicações de saúde levaram os médicos a aconselhá-la a ter o bebê mais cedo – nesta terça ou quarta-feira.
No entanto, para que pudesse votar, a deputada trabalhista pediu para que a cesariana fosse adiada para esta quinta-feira (17). Depois de os médicos do Royal Free Hospital de Hampstead terem confirmado que estava tudo bem com a criança, o parto foi adiado.
Ao Evening Star, Tulip Suddid disse que “se o meu filho entrar no mundo um dia depois do que os médicos aconselharam, mas em um mundo com uma chance de uma relação mais forte entre o Reino Unido e a Europa, então vale a pena lutar“.
Horas antes da votação, a deputada agradeceu no Twitter as mensagens de apoio e explicou que a decisão de adiar o nascimento do filho não foi tomada sem pensar. “Deixem-me esclarecer, não acredito no sistema de pairing – em julho, o governo roubou o voto de uma nova mãe”, afirmou, referindo-se ao caso de Brandon Lewis.
Normalmente, é dado às deputadas com uma gravidez avançada, ou aos deputados que estão doentes, a possibilidade de fazerem par (pairing) com um deputado do partido da oposição que também não pode votar. Essa é uma forma de garantir que os resultados das votações não sejam afetados.
No entanto, no ano passado, Brandon Lewis, do Partido Conservador, quebrou um acordo de pairing com Jo Swinson, dos Democratas Liberais. Lewis pediu desculpas pelo incidente e disse que seu voto foi um acidente. Por esse motivo a deputada não acredita no sistema.
“Se o sistema de pairing não é honrado, não há nada que eu possa fazer, e será uma votação muito importante. Essa é a maior votação da minha vida“, afirmou.
Ciberia // ZAP