O subsecretário de Estado da Justiça Philip Lee se demitiu para poder criticar livremente o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
Philip Lee, subsecretário de Estado da Justiça, se demitiu na terça-feira (12). “A principal razão para tomar esta decisão agora é o processo Brexit e o desejo de o governo limitar o papel do Parlamento na contribuição para o resultado final em uma votação nesta terça”, afirmou na carta de demissão.
O ex-subsecretário, que volta assim ao seu papel de deputado, não concorda com o modo como a saída do Reino Unido da União Europeia está sendo preparada e diz que tem discutido com seus eleitores sobre o impacto negativo que receia que o Brexit terá.
“Infelizmente, dentro do governo achei virtualmente impossível ajudar a trazer mudanças suficientes para o rumo que estamos seguindo”, acrescentou.
O deputado do partido conservador se une assim ao grupo que pode votar contra o governo em algumas das emendas à proposta de Lei da União Europeia (saída), que transfere toda a legislação da UE para o direito britânico.
No Twitter, Lee reforçou que apoiaria um segundo referendo sobre o acordo final com o Brexit.
“Quando o governo for capaz de estabelecer um caminho viável e claramente definido para o Brexit – um que tenha sido devidamente considerado, cujas implicações tenham sido previstas, e que esteja enraizado na realidade e não no dogma –, deve procurar no povo, mais uma vez, sua confirmação”.
A Câmara dos Comuns debateu as 15 alterações introduzidas pelos membros da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento britânico, que a primeira-ministra, Theresa May, esperava que não fossem aprovadas. Algo que acabou mesmo por acontecer.
May respirou de alívio, dado que a Câmara dos Comuns rejeitou uma emenda à lei do Brexit que dava ao Parlamento a capacidade de vetar o desfecho das negociações com Bruxelas, e que era motivada pelo receio de que o país saísse da União Europeia sem acordo.
O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016, que viu 52% dos britânicos votarem a favor do Brexit.
Ciberia, Lusa // ZAP