Arqueólogos iraquianos fizeram uma descoberta surpreendente nos destroços do Túmulo do Profeta Jonas, que foi destruído pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Os pesquisadores encontraram no local o palácio do antigo rei assírio Senaquerib, citado na Bíblia.
O exército iraquiano recuperou das mãos do EI a zona onde se situa o túmulo, em uma colina de Mosul, no Iraque, no mês passado. A ação fez parte da forte ofensiva lançada sobre a cidade que esteve sob controle do grupo terrorista durante os últimos dois anos.
Quando os arqueólogos procediam à documentação dos estragos provocados pelo grupo terrorista no Túmulo de Jonas, que estava situado em uma mesquita sunita, encontraram vestígios do palácio do antigo Rei assírio Senaquerib que data de 600 a.C..
A existência do palácio era conhecida, mas vestígios nunca tinham sido encontrados.
O palácio foi construído para o Rei Senaquerib, cujo nome significa “O Deus da Lua Multiplicou os Seus Irmãos” e que é mencionado na Bíblia por causa da invasão comandada por ele ao antigo Reino de Judá, em 701 a.C..
Senaquerib acabou assassinado por dois de seus filhos. Outro filho, Assaradão, se tornou Rei da Assíria (681 a.C. a 669 a.C.) e tratou de ampliar o palácio que foi depois remodelado pelo seu sucessor, Assurbanípal, o último grande líder da Assíria.
“Descoberta fantástica”
O The Telegraph, que relata a descoberta, conta que os arqueólogos chegaram aos vestígios do palácio graças aos túneis escavados pelo EI para procurar artefatos antigos para tomarem posse.
Foi nessa travessia pelos túneis que a arqueóloga iraquiana Layla Salih descobriu uma inscrição em uma pedra, com referência a Assaradão, em escrita cuneiforme – uma das primeiras formas de escrita do mundo-, datada de 672 a.C., altura em que o palácio integrava a antiga cidade assíria de Nínive.
Os arqueólogos encontraram também antigas esculturas assírias em pedra.
“Os objetos não combinam com as descrições do que pensávamos estar lá em baixo, por isso a destruição do EI nos levou a uma descoberta fantástica“, explica ao The Telegraph a professora Eleanor Robson, diretora do Instituto Britânico para o Estudo do Iraque.
“Há uma grande quantidade de história lá em baixo, não apenas pedras ornamentais. É uma oportunidade para, finalmente, mapear a “casa-do-tesouro” do primeiro grande império do mundo, desde o seu período de maior sucesso”, acrescenta Eleanor.
Não se sabe ainda quais relíquias os terroristas podem ter encontrado antes de os arqueólogos terem encontrado o local. “Acreditamos que eles levaram muitos artefatos, como cerâmica e peças pequenas para vender”, refere Layla Salih ao The Telegraph.
Agora, a grande preocupação dos investigadores sãoos túneis que correm o risco de desabar, o que, se acontecer, deve parar a investigação e colocar em cheque o patrimônio histórico encontrado.
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Malditos terroristas saqueadores!