Detalhe microscópico revela segredos de retratos egípcios de 1.800 anos

Análise das partículas da tinta revelou novas informações sobre os retratos enterrados ao lado das múmias egípcias há mais de 1.800 anos.

A pintura Retrato do Homem Barbudo foi feita entre 170 e 180 d.C. e foi encontrada em Faium, no sudoeste do Cairo. O quadro é um entre 1.100 retratos semelhantes do período romano da história do Egito.

Os retratos foram pintados nas tábuas de madeira e embrulhados em lençóis usados para manter seus donos mumificados.

Arqueólogos acreditam que os retratos não apenas representam a imagem de seus donos, mas também revelam informação sobre seus status em vida, de acordo com o comunicado de imprensa no site Science Daily.

Segundo o grupo de pesquisadores que analisou partículas microscópicas do pigmento púrpura nos retratos, a posição na sociedade desempenhou grande papel na forma como esses quadros foram reunidos.

“Estamos muito interessados em entender o significado e a origem dos retratos, e encontrar maneiras para conectá-los e chegar a uma compreensão cultural de por que foram pintados em primeiro lugar”, comentou Darryl Butt, cientista de materiais da Universidade de Utah, EUA, coautor do estudo.

Uma pequena parte do retrato de Faium mostra marcas púrpuras na toga do homem, símbolo de status chamado clavi.

Em algumas culturas, a púrpura simboliza a morte, enquanto em outras é considerada símbolo da vida. A púrpura também era associada ao rei nos tempos antigos. Então, a presença desta cor podia ter aumentado o status do retratado na pintura.

A pequena partícula de tinta tem 50 mícrons, a mesma largura de um cabelo humano, e foi analisada pela equipe de dr. Butt. Os resultados mostram que o pigmento era de origem sintética, não era da origem natural de glândulas de caracóis marinhos Murex, como a maioria das tintas na época.

O pigmento púrpura foi criado por acaso, possivelmente, misturando corante vermelho com azul, sugeriram pesquisadores.

Depois a pintura foi misturada com barro e material de sílica com cera de abelha. Pigmentos feitos desta maneira são chamados pigmentos de lago.

“Pensava-se que os pigmentos de lago não tinham cristalinidade, até este estudo”, afirmou Glenn Gates, do Museu de Arte Walters, em Baltimore, EUA, onde ficam os retratos. Agora os cientistas sabem que domínios cristalinos existem nos pigmentos de lago.

Os pesquisadores também encontraram quantidade significativa de chumbo no pigmento, que pode ser explicada por outra descoberta arqueológica recente: as oficinas egípcias misturavam as tintas em tanques de chumbo.

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