O fundo ambientalista suíço Bruno Manser Fund exigiu, em uma conferência de imprensa em Londres, que o ator Leonardo DiCaprio abandone o seu cargo de Mensageiro de Paz das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas por acusações de corrupção.
Segundo a revista Hollywood Reporter, DiCaprio e sua organização de caridade teriam recebido milhões de dólares da 1MDB, empresa malaia que financiou o filme “O Lobo de Wall Street” (dirigido por Martin Scorsese e estrelado por DiCaprio), que está no centro de um escândalo de corrupção. A empresa está sendo investigada atualmente pelo Departamento de Justiça dos EUA.
O investigador Clare Rewcastle Brown disse que uma das primeiras iniciativas da 1MDB foi “subornar o ministro chefe de Sarawak”, um estado da Malásia na ilha de Bornéu que sofria com o forte desmatamento levado a cabo durante os 30 anos do mandato do controverso Abdul Taib Mahmud.
Lukas Straumann, diretor do Bruno Manser Fund, dedicado à proteção das florestas e especialmente ativo na luta contra o desmatamento na Malásia, apresentou um ultimato ao ator.
“Se não estiver disposto a confessar, vamos pedir-lhe para renunciar como Mensageiro da Paz para as Mudanças Climáticas, já que lhe falta credibilidade para uma posição tão importante”, alertam.
Caso contrário, de acordo com Straumann, DiCaprio deverá confessar suas ligações com “pessoas politicamente expostas”. O ator também deverá devolver todo o dinheiro corrupto que teria recebido, afirma o ambientalista.
“Nós não poderemos salvar o meio ambiente se não acabarmos com a corrupção”, afirmou Straumann, considerando a atitude de DiCaprio como uma “hipocrisia cínica“.
Segundo ele, o ator “deve ser uma parte da solução, mas hoje é parte do problema“, acrescentou.
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