O Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, afirmou que o Brasil é um exemplo mundial no combate ao novo coronavírus.
Isso mesmo. O país com o segundo maior número de mortos e infectados é o exemplo mundial. Para Medeiros, o “número de recuperados” – indicador que segundo os especialistas não significa nada – indica que o Brasil está lidando bem com a pandemia.
Em entrevista coletiva, ele afirmou que se trata de ‘um grande exemplo‘. Abre aspas para o obscurantismo: “Discordo literalmente, frontalmente, que nosso país é um dos piores no mundo no combate da doença. Isso não é verdade por vários motivos. O primeiro grande motivo é que talvez somos o país com o maior número de recuperados da doença. Os Estados Unidos têm mais que o dobro do quantitativo dos nossos casos e temos muito mais recuperados”, afirmou.
Ele defendeu ainda a gestão do General Eduardo Pazuello – aquele que afirmou que o Nordeste tem um clima parecido com o do hemisfério Norte – no Ministério: “Esse ministério tem feito sim, nos últimos meses, um esforço imenso para dar aos profissionais da ponta capacidade para o manejo clínico dos seus pacientes”.
Ele está dizendo que o Brasil é um grande exemplo no combate à covid. O Vietnam teve 0 mortes e possui uma média diária de duas infecções do novo coronavírus. A Nova Zelândia se declarou livre do vírus e voltou à normalidade na última semana. O Uruguai, aqui do lado, teve mil casos, com somente 12 casos confirmados por dia, mas o Brasil, com mais de 75 mil mortos e quase dois milhões de infectados, é o exemplo.
Quando o nosso país alcançou o segundo lugar no número de recuperados da doença, Átila Iamarino foi enfático em seu Twitter. “O que o Brasil tem que outros países não têm pra chegar nessa colocação? Mais de MEIO MILHÃO de casos de COVID. É como se orgulhar de ter o maior número de baleados sobreviventes“, afirmou o virologista.
A reação do Ministério de Saúde veio após Gilmar Mendes, ministro do STF, acusar as Forças Armadas de serem coniventes e participantes do que ele considera um genocídio. “Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”, afirmou Mendes em uma live. A reação dos verde-oliva no governo foi rápida: durante meses desaparecidos da imprensa, apareceram para defender o indefensável.
Nesse vídeo, Felipe Neto, um dos maiores comunicadores digitais do Brasil, explicou ao New York Times o que está acontecendo no Brasil e porque nossa gestão de crise é sim um exemplo de gestão da pandemia. (No caso, um exemplo de como não fazê-la.):
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