‘Me beije, sou brasileira’: marca é acusada de sexualizar mulheres brasileiras em novo esmalte

Um abaixo assinado está sendo movido contra a empresa OPI. A marca de cosmética mantém um esmalte chamado ‘Me beije, sou brasileira’. A coleção contra com outras referências bizarras a sexualidade associada ao Brasil e reforça o estereótipo machista que objetifica a mulher brasileira.

A petição movida no Change.org pede a mudança do nome de diversos esmaltes da marca estadunidense que sexualizam a mulher brasileira. O esmalte, que está a vende desde 2014, reforça uma cultura que dificulta a vida das mulheres imigrantes que vão do nosso país para o exterior.

“É inaceitável que em 2020 uma marca de proporções internacionais como a OPI ainda reforce os estereótipos errados que existem sob as mulheres brasileiras. Essa é uma ideia que nós, mulheres brasileiras, estamos lutando contra há muito tempo, e não podemos deixar vocês fortalecerem o lado errado. Por favor, sejam decentes e arrumem outro nome para essa coleção”, afirma o abaixo-assinado.

A petição que já alcançou pouco mais de 9 mil assinaturas busca pressionar a marca. “Existem ainda outros nomes horrorosos nessa coleção, como ‘Praia de Topless’ e ‘Próxima parada… zona do biquini’. Isso não é aceitável. Vamos continuar lutando. Espalhem a palavra”, afirma a petição.

A hiperssexualização da mulher brasileira é bastante comum no exterior. A ideia de que o Brasil é um grande Carnaval faz com que nossas mulheres sejam vítimas do machismo no exterior.

Em Portugal, a situação é ainda mais complexa. No artigo ‘O corpo das mulheres brasileiras e o seu estereótipo no universo fitness em Portugal’ de Caio Bradbury Novaes e Célia Regina Rossi, os pesquisadores abordam a erotização das mulheres brasileiras na Europa.

“A mulher brasileira, não só em Portugal mas em muitos países é uma mulher, desculpe dizer, mas é vista como uma mulher vagabunda, uma mulher que não se dá o valor, e aí não é culpa dela, mas acho que os atributos físicos contribuem, porque a brasileira tem um corpo cheio de curvas, a brasileira chega aqui na Europa, as mulheres não têm tantas curvas. E aí chega a brasileira com um corpo de violão, e soma este jeito extrovertido de falar, e isso é facilmente confundido com essa mulher desfrutável”, afirma uma mulher ao estudo.

A youtuber portuguesa Yolanda Tati fez um vídeo explicando como mulheres portuguesas reproduzem esse estereótipo a partir da imitação do sotaque brasileiro. É importante quebrar esse ideia maligna que atrapalha o projeto:

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