Salman Abedi, o terrorista que no ano passado matou 22 pessoas em Manchester, tinha sido salvo da guerra na Líbia por um navio da Marinha britânica, três anos antes de cometer o atentado.
O terrorista, que se explodiu na Manchester Arena, matando 22 pessoas, no que foi o maior ataque terrorista em solo britânico da última década, tinha sido salvo da guerra civil na Líbia por um navio pertencente à Marinha britânica, três anos antes do atentado em Manchester.
Tudo aconteceu em 2014, quando a guerra civil contra Muammar Kadhafi matava dezenas de pessoas todos os dias. Segundo o Daily Mail, Salman Abedi e o irmão, Hashem, estavam entre os mais de 100 britânicos resgatados, em agosto daquele ano, pelo navio “HMS Enterprise“.
Os irmãos estavam de férias na Líbia, onde residiam os pais, quando se viram apanhados pela guerra. O navio da Marinha britânica os levou até Malta e, depois, viajaram até o Reino Unido. Atualmente, Hashem está preso em Trípoli à espera de julgamento por cumplicidade no atentado.
“O fato de este homem ter cometido uma atrocidade dessas no território do Reino Unido depois de o termos resgatado da Líbia, faz com que seja um ato de traição ainda maior”, disse ao jornal uma fonte governamental não identificada.
Na altura, com 19 anos, Abedi já era conhecido das autoridades britânicas, mas, mesmo assim, foi lhe autorizado o embarque no navio.
O mesmo artigo adianta que os Serviços de Informação britânicos planejavam discutir a ameaça que representava, em uma reunião que marcada para apenas nove dias depois de Salman Abedi ter se explodido depois do concerto de Ariana Grande, na Manchester Arena.
De acordo com o jornal britânico, Ramadan, pai do terrorista, se juntou à revolta contra Kadhafi, em 2011, mas não se sabe, porém, se algum dos seus filhos se uniram a ele na luta ou se, pelo contrário, se juntaram à mãe, que residia na Tunísia. Fontes secretas contatadas pelo Daily Mail garantem que Abedi não teria sido ainda radicalizado quando o navio o salvou, permitindo o seu regresso seguro a casa.
Em comunicado enviado à agência France-Press, o ministério da Defesa explica que seu resgate aconteceu “com base na informação disponível no momento“.
Samlam Abedi estudou Gestão na Universidade de Salford, mas acabou por desistir dos estudos. Como informa o jornal, ele teria sofrido uma “lavagem cerebral” através da internet, onde assistia a dezenas de vídeos que explicavam como produzir bombas e outras páginas ligadas a grupos terroristas. “Ele não era uma ameaça e eram outros tempos”, dizem os responsáveis.
De acordo com um relatório de David Anderson, advogado, consultor independente na área do terrorismo e conselheiro das autoridades britânicas nesse assunto, Abedi foi investigado em janeiro de 2014 pela primeira vez, ou seja, sete meses antes de ter sido resgatado pelo navio da Marinha britânica.
Depois, em outubro de 2015, voltou aos radares das autoridades quando contatou com uma figura proeminente do extremismo islâmico, na Líbia, mas em ambas as ocasiões o caso foi fechado.
Ciberia // ZAP