A Cellebrite, empresa israelense responsável por ajudar o FBI no desbloqueio do iPhone 5C do atirador de San Bernardino, foi supostamente hackeada e teve suas ferramentas usadas para burlar criptografias de smartphones vazadas.
Segundo informou o Motherboard nesta sexta-feira (03), mais de 900 GB de dados foram roubados de um servidor remoto da empresa.
Entre as informações vazadas, estão evidências do trabalho da Cellebrite junto ao FBI e a países como Rússia, Turquia e os Emirados Árabes, além de ferramentas que podem ser utilizadas para desbloquear alguns dispositivos Android, Blackberry e iPhones.
“É importante demonstrar que quando você criar essas ferramentas, eles vão vazar. A história deve deixar isso claro”, afirmaram hackers ao site.
Especializada na extração de dados de smartphones para agências governamentais, a Cellebrite tem como seu principal produto o Universal Forensic Extraction Device (UFED), uma espécie de laptop capaz de extrair SMS, e-mails e dados de milhares de modelos diferentes de celulares.
De acordo com os hackers responsáveis pelo roubo dos dados, as ferramentas utilizadas pela Cellebrite para burlar a criptografia do iPhones são bastante similares às usadas pela comunidade de Jail Break do iPhone, tradicionalmente responsável por liberar códigos de novos iPhones para instalação de softwares proibidos pela Apple.
A história é bastante irônica para o FBI, já que a recusa da Apple de ajudar a agência a desbloquear o iPhone de Syed Rizwan Farook se deu justamente por esse motivo: a preocupação de que ferramentas criadas para burlar o iPhone poderiam ser vazadas.
Na ocasião, o FBI discordou da Apple e buscou outra solução – que agora tem potencial para causar um problema ainda maior.
Por ora, ninguém sabe ao certo qual será a implicação do vazamento, que supostamente não afeta os modelos mais novos do iPhone. Ao Motherboard, a Cellebrite afirmou que os arquivos roubados continham apenas “informações de contato básicas” de clientes.
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