Um empresário de Sarandi, no Rio Grande do Sul (RS) construiu um Centro de Convivência para Idosos, com recursos próprios, para atender de graça 600 pessoas acima de 60 anos.
Maurício Gehlen inaugurou o centro no último dia 14 de abril em Paranavaí. O local terá atividades recreativas, educativas, oficinas e cursos de computação, culinária, artesanato, dança, mais sala de jogos, vôlei, ginástica, alongamento, pilates, musculação e hidroginástica.
Para as caminhadas, foi construída uma pista no entorno de um jardim japonês, com flores, árvores e folhagem tradicionais terá um lago com carpas.
Investimento
Para a obra física e a aquisição de equipamentos e mobiliário, o empresário investiu cerca de R$ 5 milhões. “O importante não é o que você investe, mas o retorno social deste investimento. Os nossos idosos querem ser valorizados, se sentirem úteis e se socializar”, disse o empresário ao Diário RS.
A inspiração veio de uma infância de dificuldades em 1968. “Eu nasci em Sarandi, mas ainda muito pequeno mudamos para uma cidade vizinha, chamada Chapada. Papai trabalhava como frentista num posto de gasolina. E chegamos praticamente a passar fome naquela época, quando eu tinha uns sete para oito anos”, conta o industrial.
“Só tinha um quarto. Dormíamos todos – meus pais, minha irmã e eu – no mesmo quarto. Entre os 11 e 14 anos, depois da escola ajudava papai, era engraxate à tarde e à noite ajudava no restaurante novamente. Depois, arrumei uma caixa de isopor e fui vender sorvetes”, conta.
Empresário
Formado em Química, logo passou a atuar em indústrias de processamento de mandioca. Em 1989 chegou a Paranavaí, sendo consultor de uma indústria, depois criou a própria empresa e finalmente achou um parceiro que aceitou investir numa fórmula de amido modificado de mandioca para pão de queijo.
O amido permitia a produção de pão de queijo sem necessidade de escaldar a massa. O produto não existia no mercado. Hoje, a empresa Podium Alimentos é a líder nacional do setor, dominando 25% dele.
Em 2013, fez uma viagem ao Japão, quando conheceu entidades de atenção ao idoso.
Ficou apaixonado pela ideia e criou o Instituto Maurício Gehlen (IMG), um centro para idosos. “É até uma forma de homenagear meus pais, que morreram em 2004, num acidente de carro. É uma forma de expressar minha gratidão a eles. Como os perdi e não posso dar atenção a eles, que partiram cedo, farei isto com outros idosos”, diz.
Centro de Convivência
Pra funcionar, o Centro de Convivência, assim como uma empresa, terá metas. “Mas é uma meta intangível. É dar qualidade e prolongar a vida dos assistidos”, diz ele, acrescentando que o CCI terá uma gestão empresarial.
Ele dá dois exemplos: para circular no centro todos deverão usar crachás, como nas empresas e 42 câmeras vão monitorar o centro. “Se uma família nos ligar ou vier pessoalmente e precisar falar com um idoso que está aqui, rapidamente vamos encontrá-lo. Temos que dar respostas rápidas às demandas como numa empresa”, diz ele.
Para Maurício, o CCI é “um sonho realizado. É uma sensação de poder manifestar gratidão pelo que a vida me deu. Me dá prazer dizer que é mais uma missão cumprida”.
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