Um enfermeiro alemão condenado em 2015 por matar dois pacientes com overdoses de medicamentos para o coração é agora suspeito de ter matado pelo menos 84 pessoas entre 2000 e 2005, informaram as autoridades alemãs.
“A comissão de inquérito especial estabeleceu pelo menos 84 mortes, no estado atual do inquérito”, indicou à imprensa o chefe da polícia de Oldenbourg (norte), Johann Kühme.
Niels Hoegel foi condenado em 2015 a prisão perpétua por dois homicídios e duas tentativas de homicídio numa clínica em Delmenhorst, no noroeste da Alemanha, mas os procuradores disseram desde o começo que o enfermeiro teria matado mais pessoas.
Em junho de 2016, os inspetores tinham estabelecido a responsabilidade do suspeito em 33 mortes, pacientes em várias unidades de saúde onde Hoegel trabalhava.
“Este número é excepcional, único, na história da República Federal” da Alemanha, indicou o chefe da comissão de inquérito, Arne Schmidt.
O enfermeiro matava os pacientes com recurso a overdoses de medicamentos. Segundo a investigação, a lista de vítimas poderá nunca ser conhecida com certeza. “Quem sabe quantos crimes podem ser ainda identificados”, admitiu Thomas Sander, procurador em Oldenbourg.
“O suspeito não pode se lembrar de todos os casos. Mas em mais de 30 casos, o suspeito se lembrava concretamente dos pacientes e do seu comportamento”, disse a chefe da procuradoria daquela cidade, Daniela Schiereck-Bohlemann.
Durante o julgamento, Hoegel, que confessou a um psiquiatra ter matado dezenas de pessoas, pediu desculpas aos familiares das suas vítimas.
As injeções que praticava serviam para levar os pacientes ao limiar da morte, a fim de demonstrar sua capacidade de trazê-las de volta à vida, explicou o enfermeiro, que apresentou o tédio como outro motivo para os crimes.
O caso surgiu em 2005, quando foi surpreendido por um colega quando se preparava para dar uma injeção não prescrita a um paciente em uma clínica em Delmenhorst, o que o levou a uma primeira condenação por tentativa de homicídio em 2008.
Ciberia // ZAP