Espião ligado a dossiê contra Trump é encontrado morto

O ex-agente do KGB, os Serviços Secretos da antiga União Soviética, que terá sido a “garganta funda” do polémico dossier com segredos “escabrosos” sobre Donald Trump, foi encontrado morto em circunstâncias misteriosas. Há rumores de que pode ter sido assassinado pelo Kremlin.

Oleg Erovinkin, um antigo general do KGB que também integrou os atuais serviços secretos russos, o FSB, terá ajudado o espião Christopher Steele, do MI6, a agência de inteligência britânica, a compilar o polémico dossier de 35 páginas sobre Donald Trump que revela detalhes “escabrosos” sobre comportamentos sexuais, mas, sobretudo, que o atual presidente dos EUA terá tido a ajuda da Rússia para ser eleito.

O jornal Telegraph nota que Erovinkin foi encontrado morto na parte de trás do carro, em Moscou, no dia 26 de dezembro de 2016, em “circunstâncias misteriosas”. Há mesmo uma teoria de que ele “pode ter sido assassinado pelo Kremlin”, sustenta o jornal britânico.

Erovinkin “foi um assessor-chave de Igor Sechin”, ex-vice-primeiro-ministro da Rússia e atual líder da companhia de petróleo estatal Rosneft que surge citada várias vezes no dossier sobre Trump, conforme refere o Telegraph.

O diário sustenta que o ex-agente do KGB era “uma figura de ligação-chave” entre Sechin e Vladimir Putin, presidente da Rússia.

No famigerado dossier, o espião do MI6 refere que tem “uma fonte próxima de Sechin” que lhe revelou ligações entre apoiantes de Trump e autoridades russas.

O FSB anunciou que está a investigar o caso, mas ainda não foi revelada a causa da morte oficial de Erovinkin.

Entretanto, há também rumores de que Trump anunciou a sua lei anti-imigração nesta altura para abafar as suspeitas em torno da morte de Erovinkin.

O que diz o dossier sobre Trump e a Rússia

Trump classificou este dossier como “notícias falsas”, mas para o antigo correspondente do Los Angeles Times em Moscou, Robert Gillette, não há dúvidas de que ele é fidedigno e de que as suas informações devem ser consideradas válidas.

Num artigo para o The Concord Monitor, Gillette começa por notar que Steele é “um respeitado antigo perito sobre a Rússia no MI6”, para depois salientar que “partes-chave” do dossier foram “corroboradas”, nomeadamente um memorando, com data de 20 de junho de 2016, que fala do “controle pessoal de Putin sobre a operação de interferência nas eleições” norte-americanas.

Esta ideia foi escrita pelo espião do MI6 “seis meses antes” de os serviços secretos dos EUA chegarem à mesma conclusão, repara Gillette.

O jornalista também evidencia que o dossier nota que as “autoridades russas vinham a cultivar e a apoiar” Trump há “pelo menos, cinco anos”, mas que “as operações de inteligência” entre a equipa do atual presidente norte-americano e Moscou terão começado em 2008.

Os responsáveis russos terão oferecido a Trump “inteligência valiosa sobre os adversários, incluindo Clinton, durante vários anos”, escreve Steele no documento.

Uma fonte refere ao espião, que a cita no dossier, que a Rússia via Trump como uma “fonte de divisão” capaz de “despedaçar todo o sistema político dos EUA” e que era, além do mais, “um pragmático com quem podiam fazer negócios”.

Do dossier fica também, a ideia de que os russos não tinham a certeza de que ele ganharia as eleições. Mas “continuaria como uma força política de divisão, mesmo perdendo a presidência, e poderia concorrer e ser eleito para outro cargo público”.

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