Nesta quarta-feira (11), parece que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente revelou ao público que acha que a Rússia estava por trás dos ataques hackers e da publicação de emails do Comitê Nacional Democrático e de Hillary Clinton.
“Acho que foi a Rússia, mas acho que também fomos hackeados por outros países e outras pessoas”, disse o novo presidente em sua primeira coletiva de imprensa nos últimos 169 dias.
Depois disso, ele citou uma brecha semelhante, que ocorreu em 2014 na China. “E posso dizer que até perdemos 22 milhões de nomes, fora tudo o que foi invadido recentemente, mas os hackers não ganharam muito com isso”, conta.
As agências de inteligência norte-americanas acabaram desclassificando um relatório que surgiu no início do mês, que dizia que a Rússia era a principal suspeita por trás dos ataques, que acabaram jogando no ventilador uma série de decisões e disputas dentro do partido de Hillary Clinton.
O que surpreendeu na coletiva desta quarta-feira é que, durante meses, Donald Trump defendia que a Rússia não estava envolvida nas invasões, e, no seu tradicional estilo, vivia repetindo que os ataques deveriam ter sido executados por “alguém sentado em sua cama e que pesasse mais de 180 kg”.
Trump também citou alguns relatórios que clamavam que a Rússia tentou invadir os arquivos do partido Republicano, mas nenhum deles traz provas disso.
“Acho, francamente, que eles se eles tivessem hackeado o Comitê Nacional Republicano, teriam feito o mesmo que fizeram com Hillary e seus colegas de partido”.
O republicano também descartou um relatório publicado nesta terça-feira (10) pelo BuzzFeed (e já retirado do ar), que incluía documentos não-oficiais tratando de que supostos agentes da inteligência russa tinham informações comprometedoras a respeito de Donald Trump.
Vladmir Putin, por sua vez, havia negado a veracidade do fato, e Donald Trump diz acreditar nele, apesar do contexto histórico nada favorável entre as duas potências. Mesmo assim, Trump seguiu defendendo uma boa relação entre os EUA e a Rússia para combater o Estado Islâmico.
“Não sei se vou me unir a Vladimir Putin”, concluiu o presidente eleito. “Espero que sim. Mas há boas chances de que não. Mas se eu não fizer isso, será que vocês acreditariam mesmo que Hillary seria mais dura com ele do que eu? Alguém nesta sala realmente acredita nisso? Dá um tempo!”, finalizou.
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