Já falamos aqui como o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 e a adesão ao modelo de trabalho home office fizeram muita gente entrar para o universo dos nômades digitais. Mas alguns dados de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em agosto do ano passado, revelam detalhes. Nela, cerca de 70% dos entrevistados disseram não ter apego a um imóvel fixo.
O estudo apontou, ainda, que 82% dos jovens entre 16 e 24 anos querem experimentar a moradia compartilhada. Entre os adultos, 52% se interessam pelo modelo, e os idosos resistem mais à mudança, com apenas 36% de favoráveis. Além disso, apenas 26% dos entrevistados querem financiamento bancário de casa própria ao longo de 30 anos.
O órgão fez a pesquisa especificamente para o livro “Como viver em um mundo sem casa”, que trata sobre as novas tendências de relacionamento com o espaço urbano, em aspectos como mobilidade, formas de trabalho e a influência na relação das pessoas com a moradia. A publicação foi lançada no final do ano passado e escrita por Alexandre Frankel, CEO da Housi, startup brasileira de moradia compartilhada.
Além de conhecer o mundo enquanto trabalha, algumas das demais vantagens do nomadismo digital são o rompimento com o estilo de vida de antes, buscar locais com clima mais interessante, trabalhar em locais inspiradores e conhecer pessoas que pensam como você.
Parece tentador, mas há desvantagens. Podemos destacar a burocracia entre países, jogar-se em ambientes desconhecidos que possam trazer instabilidade no estilo de vida, a instabilidade financeira no começo da jornada, a solidão e saudade da família e amigos, o estresse para dosar trabalho e lazer e o excesso de precauções com seus equipamentos de trabalho.
“A moradia é cada vez mais percebida como um serviço. Estamos em uma era em que o ‘ter’ dá lugar ao ‘usar’. Os custos do ‘usar’ podem ser muito menores dos que os de ‘ter’. A vantagem de um serviço contratado sob demanda é a possibilidade de se adaptar e adequar às diferentes fases da vida, às mudanças de perfil e necessidades”, afirma Frankel.
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