O exército hi-tech de autômatos letais, antes uma visão do futuro, já é uma realidade e está em pleno curso, inclusive com comércio dessa nova tecnologia em andamento.
Isso é o que diz o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper. Segundo ele, a China vem exportando para o Oriente Médio drones armados que podem tirar vidas sem supervisão humana.
É a primeira vez que um alto funcionário da Defesa faz esse tipo de afirmação. “Enquanto falamos, o governo chinês já está exportando alguns dos seus drones aéreos militares mais avançados para o Oriente Médio e se prepara para exportar seus UAVs [veículos aéreos não tripulados, na sigla em inglês] furtivos de próxima geração quando eles entrarem em operação”, destacou Esper durante conferência sobre inteligência artificial na Comissão de Segurança Nacional.
A empresa chinesa Ziyan, por exemplo, comercializa o Blowfish A3, que, basicamente, é um drone equipado com hélices e uma metralhadora. A Ziyan descreve o produto como algo que “realiza, de forma autônoma, missões de combate mais complexas, incluindo detecção e reconhecimento de alcance de pontos fixos e ataques de precisão direcionados”.
De acordo com Greg Allen, chefe de estratégia e comunicação do Centro de Inteligência Artificial Conjunto do Departamento de Defesa norte-americano, um documento da organização independente Center for a New American Security revela que o Blowfish A2 já vinha sendo comercializado pela Ziyan junto aos governos do Paquistão e da Arábia Saudita.
“Apesar de expressar preocupação com a corrida armamentistas de inteligência artificial (IA), a maioria das lideranças na China vê um inevitável aumento do uso militar da IA e vem seguindo isso agressivamente. A China já exporta plataformas autônomas armadas e IA de vigilância”, escreveu Allen.
No ano passado, Zeng Yi, executivo sênior da Norinco, terceira maior empresa de defesa da China, previu que “nos futuros campos de batalha, não haverá pessoas brigando” — isso já em 2025. Esper também disse que as redes chinesas de software e hardware de vigilância poderiam ajudar a China a desenvolver a IA.
“Todos os sinais apontam para a construção de um estado de vigilância do século XXI destinado a censurar a fala e negar os direitos humanos básicos em uma escala sem precedentes. Pequim tem todo o poder e ferramentas necessárias para coagir a indústria e a academia chinesas a apoiar os esforços liderados pelo governo”, alerta.
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